O interior do Estado de São Paulo sempre foi no imaginário de muitos paulistanos um lugar próspero, cheio de energia mas de fala mansa, gente gentil e muita cordialidade. É muito triste ver surgir exatamente dessa região, nos últimos tempos, notícias terríveis de violência contra gays, lésbicas e travestis. É de lá que recentemente o pai teve a orelha decepada por estar abraçando o filho, confundidos com um casal de homossexuais por uma gangue, por exemplo.
É de lá também, que surgiu esse vídeo do programa do Meio Dia, da Rádio Educadora, de Limeira (que ironia, a rádio chama-se Educadora!):
Temos todos os chavões do discurso do ódio. Os termos usados como maneira de inferiorizar os gays, a suposta condenação religiosa de forma radicalizada, o discurso dos privilégios das minorias que cai em contradição com a negação (para o locutor) do direito dos homossexuais casarem, a intolerância com o que é diferente e o famosa e dissimulada conjunção adversativa “mas” (“mas eu respeito”).
Esse discurso chavão é muito conhecido dos militantes homossexuais que sabem desmontá-lo com propriedade cada uma dessas argumentações.
Mas aí está o engano, por mais que desmontemos cada uma dessas vis provocações de forma racional, elas não estão nem no terreno da lógica nem da racionalidade (não à toa são chamados de discursos do ódio, carregados muito mais de uma emoção primitiva do que um suposto embasamento teórico). Eles continuarão - mesmo com uma contra-argumentação bem feita - repetindo ad infinitum a mesma ladainha.
O discurso desse radialista é primo do mesmo que acreditava que a Terra era quadrada e o Sol girava ao seu redor. Vejam, na época de Galileu havia também uma suposta condenação religiosa de forma radicalizada que dizia que o mundo era daquele jeito e nada poderia mudá-lo pois Deus fez daquela maneira, que a Terra girar em torno do Sol não era natural, e todos que acreditavam nisso mereciam punição/morte ou se calar em seus cantos.
Com o passar do tempo, essa famosa teoria se provou verdadeira e não abalou em nada a fé em Deus, pois a religiosidade tem coisas mais importantes para se preocupar como, por exemplo, a transcendência.
Nesse sentido, a educação, o convívio pacífico e individual com os gays, a perda dos estigmas poderão mostrar para os intolerantes que não existe uma guerra entre héteros e homossexuais, nem privilégios que os gays queiram acima de ninguém e muito menos que existe um complô para transformar todos em homossexuais. Até porque, por terem muitas vezes que viverem em gueto, muitos gays sabem que não existe nada mais tedioso que a homogeneidade. Viva a diferença ou a anormalidade como acredita esse radialista!
Vi no ComtextoLivre
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4 comentários:
Gente, que nojo desse povo homofóbico religioso. Nojo.
Infelizmente não podemos expressar nossa opinião !!! em nenhum momento ele disse que é contra os gays, e sim contra o CASAMENTO GAY, eu tenho vários amigos gays que por sinal adoro eles, e também NÃO concordo com o CASAMENTO GAY, como ele disse, podem fazer o que quiser, ate morar juntos, agora querer casar, ter uma união perante Deus, isso não concordo. E acho que todos deveriam respeitar as opiniões dos outros, ninguém é obrigado a aceitar o casamento! E ele trabalhando como radialista, simplesmente expôs sua opinião!
Anônimo,
Ocorre, que embora ele tenha o direito de dizer que não concorda com o casamento gay, o mesmo direito não lhe assiste no sentido de poder, dizer que gays são "libélulas"... "esvoaçantes", "moiçolas", "boiolinhas", "bichinhas sem-vergonha", enfim, que a bunda é feita para sentar, e não para se dar... aff... isso é comentário que se faça em uma rádio?
E é verdade mesmo, fazer o que!
:D
mais que a bunda tbm foi feita para sentar foi.. kkkkkkkkkkkkkkkkk
pra dar tambem né Anonimo?
:D
cada um pensa de um jeito e ja era!
sem preconceito ta Anonimo, voce usa a sua como quiser.. a minha vai servir só pra sair coisas e para sentar é claro.
abraço!
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