quarta-feira, 14 de julho de 2010

Enquanto isso no país da Liberté, Égalité, Fraternité


Como entender a proibição do uso da burca na França e em outros países europeus, se essa proibição vai contra Estado laico, que não aceitaria uma lei preconceituosa e discriminatória como essa.


Na França apenas 2 mil mulheres usam a burca e a aprovação da lei foi um golpe a essas mulheres, pois é uma violação clara e nítida à liberdade religiosa.


Impedir que quem quer que seja utilize um símbolo de sua religião - qualquer que seja - é tão afrontante à liberdade de crença como impedir um ateu de sê-lo.

Querer que uma islâmica não use a burca fora de sua casa é querer que um padre não use batina fora da igreja.

Oum Oubayda é uma dessas mulheres cerceadas de seus direitos. Aos 23 anos, a francesa filha de imigrantes marroquinos e moradora de Venissieux - na periferia de Lyon. Ela ameaça sair nas ruas com máscara cirúrgica em protesto contra o projeto de lei.

- Nas instituições públicas não é problema. Mas na rua vai ser difícil. O Estado não se dá conta de que isso vai nos tornar prisioneiras, porque muitas de nós não vão poder mais sair nas ruas - reagiu.

A multa para as mulheres que usarem o véu será de 150 euros. Para quem obrigar alguém a vestí-lo, o valor pode chegar a 30 mil euros, e este número pode dobrar se quem for obrigado a usar for menor de idade, 18 anos.

Para Oum Oubayda, a pena é injusta:- É inadmissível!

Para muitos, o véu representa o passado retrógrado de mulheres submissas. Mas Oum reage ao pensamento:

- Eu rio quando dizem que sou uma prisioneira. Não, não sou prisioneira. Uso o véu para me sentir próxima do profeta. É uma escolha.Também não sou submissa a homem e nem a marido: sou submissa a Deus - completou.

Hipócritas! O país da LIBERTÉ veta a liberdade religiosa e de fé , porque será?

E, eu grito:

Liberté, Égalité, Fraternité

3 comentários:

Neura disse...

Muito interessante a moça de burca e com celular à mão! Vá entender o ser humano!
Sempre dividido entre matéria e espírito!

Por que não creio? disse...

E quem crê em liberté, igualité, fraternité?

Essência disse...

Liberté, Égalité, Fraternité
O dia 14 de Julho é comemorado na França como um dos mais importantes feriados nacionais, celebrando a queda da Bastilha (prisão símbolo do absolutismo da época) em 1789. A data marcou o início da Revolução Francesa e trouxe os ideiais da nova nação que ali surgia: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O quanto da Revolução Francesa, de tudo o que ela representou, realmente vingou?

O quanto da liberdade, da igualdade e da fraternidade ainda há na França de hoje?



A identidade francesa hoje está em conflito, os problemas já são outros. Um bom filme lançado recentemente aborda a questão das diferenças étnicas, culturais e sociais que hoje vive o país. Entre Les Murs (Entre os Muros da Escola, em português) vale a pena ser visto.

A colcha de retalhos que atualmente é a França compõe-se de uma diversidade de povos e cultura muitas vezes em choque e num impasse.