Por que tanta guerra de palavras em torno de um tema que diz respeito a nós mulheres?
Sou contra o aborto.
Sou a favor do aborto.
Aborto é crime.
Não é crime até 2 meses de gestação.
É crime pois já há vida.
Não é crime pois ainda não há cérbro, etc, etc, etc.
Quem é o senhor da verdade neste tema? Começa por aí né? Deveria perguntar quem é a sra. da verdade nesse tema. Afinal o Sr. não engravida, portanto não pode abortar ou deixar de abortar.
Será que a nossa tutela ( ou dominação) histórica não nos dá o direito de ser protagonistas num tema tão feminino como este?
Por que usar um tema tão complexo, e cheio de valores, morais, religiosos, éticos e de foro íntimo, para desmerecer um candiato a presidência da república?
Todas as igrejas tem seus preceitos morais e códigos de conduta, com proibições e recomendações.
Isto é compreensível!
O sentido sociológico de religião é este. Religare, religar os membros pertencentes a um determinado grupo social através de suas crenças, dogmas e comportamentos comuns a todos e aceitos por todos.
Ninguém tem o direito de questionar ou zombar de qualquer religião e de seus membros por adotarem determinados códigos de conduta recomendados por sua religião. Isso é intolerância e está a um passo de comportamentos totalitários e fascistas.
Na Alemanha e outros países, ditos desenvolvidos, da Europa está acontecendo um fenômeno no mínimo intrigante: Leis estão sendo propostas por políticos conservadores para proibir o uso do véu por mulheres mulçumanas. ( Sempre as mulheres). Segundo reportagem "O conto da Xenofobia", pg.58 da revista Carta Capital de 29 de setembro de 2010, o que se esconde por trás desses comportamentos é a crise financeira européia que já não necessita da mão de obra barata de imigrantes.
Li ,hoje, no blog do PHA que Serra quando foi ministro da saúde regulementou a lei que autoriza o aborto em casos de risco de vidapara a mãe. Não vejo nenhum demértio nessa atitude do Serra, se regulamentou a lei cumpriu com sua obrigação.
O que devemos nos perguntar é por que tanta celeuma e intrigas como o nome de Dilma Rousseff, as Igrejas e o aborto.
Será que em campanha eleitoral vale tudo?
Nós mulheres deveriamos exigir dos dois candidatos que essa discussão fosse inserida num debate muito mais amplo, pois o aborto é apenas um elemento de temas que interessam a todos os brasileiros e às brasileira em particular.
Deveriamos saber dos dois candidatos que propostas tem para efetivamente melhorar o atendimento da sáude da mulher.
Como farão para que todas as brasileiras tenham o direito de fazer, ao menos, uma consulta ginecológica com todos os exames preventivos por ano?
Como garantirão um atendimento integrado e multidisciplinar para que todas as mulheres brasileiras tenham o direito de fazer planejamento familiar com métodos contraceptivos seguros e com o menor risco possível para sua saúde?
Como garantirão que as gestantes tenham atendimento médico e suporte alimentar para gerar filhos saudáveis? ( Por favor, que Serra não venha com esse papo furado de Mãe Paulistana, pois isso é conversa mole prá boi dormir)
Como garantirão que todas as mães brasileiras terão creches para seus filhos quando tenham que voltar ao trabalho?
Depois que todos esses itens estiverem cumpridos ainda deveriamos saber:
Como as mães brasileirs podem ter garantia de que seus filhos terão escolas públicas de qualidade, atendimento médico e odontológico e, quando necessário,amparo psicológico?
Poderíamos, ainda,perguntar como as mães brsileira poderão ter certeza que os dois candidatos garantirão moradia digna para seus filhos, saneamento básico para que essas crianças não brinquem em esgoto a céu aberto, etc., etc.,
Dá para perceber que existem temas importantes e urgentes a serem discutidos pelos candidatos à presidência da República e todos eles estã diretamente relacionados às crianças e mulheres brasileira.
Todas as mulheres, como declarou Dilma Rousseff, se tiverem opção de não fazer um aborto não o farão.
Um aborto é um ato radical que agride o corpo, os sentimentos e a alma de uma mulher. Portanto, elas e somente elas devem através de seus movimentos e de sua pressão cidadã lutar para que se aprove ou não a descriminalização do aborto.
Quem aprovará ou não essa lei não é a candidata Dilma Rousseff nem mesmo a presidenta, mas o Congresso Nacional através dos parlamentares eleitos pelo povo.
Querer desviar a discussão de um tema tão sério é desonestidade política e canalhice masculina.
Quanto às igrejas, elas tem todo o direito de dizer aos seus membros como devem se comportar dentro dos preceitos morais de cada religião. Se as mulheres não concordarem com as proibições de suas igrejas, mudam de religião.E direito constitucional a liberdade religiosa.
O que não podem é usar Deus e a crença das pessoas para manipular uma eleição e muito menos para criar armadilhas para um dos candidatos.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
Aborto é coisa de mulher. De mulher prá mulher: uma reflexão necessária
Postado por
Avelina
às
18:04
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Descriminalização do aborto/Igrejas/Mulheres/campanah eleitoral/velha mídia/manipulação
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