terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SOS

Recebi via e-mail esse pedido de ajuda.

SOS Grupos anti racismo e de Defesa da Mulher


Ontem fui testemunha de um caso de violência, discriminação e criminalização da
pobreza na Loja Leader de Icaraí, em Niterói, contra uma moça grávida de nove
meses, agredida pelo segurança, que tentou expulsá-la da loja pela força.

Trata-se de uma moradora do complexo do Alemão que estava em Niterói pedindo
esmola, tendo um filho pela mão, com duas amigas, cada uma com seu filho de
colo, quando uma senhora ofereceu à grávida duas roupinhas para o futuro neném
e levou-a para a Loja.

A moça subiu com a senhora para o segundo andar onde
efetuariam o pagamento e suas amigas ficaram olhando as roupas, até que ela
voltasse.

O segurança aproximou-se e disse às moças que era proibido pedir no
interior da loja, ao que elas responderam estarem apenas esperando a amiga.

Esta chegou e já encontrou uma gritaria das duas se defendendo de insinuações
de roubo, e mostrou as roupas ganhas, ao lado da senhora, que a seguir saiu.

O segurança então a agarrou pelos braços com violência, tentando empurrá-la para
fora.

Neste momento eu ouvi as crianças chorando e me aproximei a tempo de ver
a moça grávida resistindo aos braços do segurança que a empurravam com
violência para trás, enquanto seus pés escorregavam no chão liso. Ela se curvou
sem equilíbrio e a amiga se colocou na sua frente para que o segurança a
largasse.

Gritei para que ele a soltasse e ele começou a insinuar que elas
estavam roubando. A moça grávida, chamada Taiana, gritou que elas não eram
ladras e pediu-me que chamasse a polícia para esclarecer tudo.

Outros fregueses também se mostraram a favor dela e contra a covardia do segurança, até que
chegou a gerente do interior da loja me chamando para ver as gravações de
segurança, para evitar o apoio que eu queria dar ao grupo. Eu lhe disse que
trouxesse os filmes que ela disse existirem, e chamei a polícia pelo 190, ao
que a gerente se apressou a esconder o segurança dentro da loja.


Vários fregueses também ligaram para a PM e reiteraram o chamado, mas após 50
minutos sem que viessem desistimos. Todos comentavam que se fosse um caso de
roubo chegariam em pouco tempo, mas como se tratava do contrário, uma vítima
pobre da corporação poderosa, não vieram.

Levei então Taiana para a 77ª. Delegacia de Icaraí onde ela registrou a ocorrência, enquadrada como
constrangimento ilícito, e preconceito, mas acho que o fato de ela ser mulher,
além de estar visivelmente grávida, deveria merecer também enquadramento na lei
Maria da Penha.

Ela foi de volta para o Rio levar o seu filho para o pai, achando que o
trabalho de parto teria início ontem mesmo, e eu não tenho como saber notícias,
pois ela não tinha nenhum contato telefônico, dando-me somente o seu endereço na
comunidade do Alemão.

Eu prometi que tentaria conseguir um advogado para ela e
apoio junto a entidades de combate ao racismo e à prepotência, em defesa da cidadania, que deveria
alcançar ricos e pobres, mas não acontece assim.

Acho que a Leader deveria receber uma condenação exemplar que se transformasse em ajuda a essa jovem
corajosa e inteligente, que não se curvou ao esmagador preconceito social
contra as camadas pobres, que deixa os ricos tão à vontade para caluniarem,
humilharem e usarem de violência sumaria contra essa parte desprotegida da
população.

Estou à disposição para ajudar, além de ser testemunha do ocorrência.

Meu nome é Teresa

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