“Quando a mulher assume alguma posição de autoridade, ela é vista como estando um pouco fora de seu papel. Mas isso era até agora. Daqui pra frente as meninas podem querer ser presidentas e vai ser visto como uma coisa normal. Quando você quebra um paradigma a primeira reação é de estranheza, depois as pessoas acostumam”...Dilma Rousseff
Nesta terça, 1º de março, Ana Maria Braga recebeu a ilustre presença de Dilma Rousseff no Mais Você. Em homenagem ao mês da mulher, a presidenta falou sobre sua rotina de trabalho nos primeiros meses de seu governo, a relação com a família, o convívio com o ex-presidente Lula e a paixão por obras de arte. “Sempre gostei de MPB, cinema, de sentar num barzinho e conversar com as pessoas”, contou a mineira que está quebrando um paradigma social para as mulheres. “Quando a mulher assume alguma posição de autoridade, ela é vista como estando um pouco fora de seu papel. Mas isso era até agora. Daqui pra frente as meninas podem querer ser presidentas e vai ser visto como uma coisa normal. Quando você quebra um paradigma a primeira reação é de estranheza, depois as pessoas acostumam”, disse.
"É como se todo dia eu tivesse que escalar o Everest”, revelou Dilma sobre presidência
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Na segunda parte da entrevista com Dilma Rousseff, a presindeta falou sobre a sua rotina. Ela contou que nem sentiu os 60 dias de seu governo e que não trabalha menos de 12 horas por dia. “Passa rápido, parece que começou ontem. Tem momentos em que entro muito cedo e saio muito tarde. Geralmente trabalho de 9 às 21h. Mas já saí depois dessa hora. Já saí 1 da manhã. Chega uma hora no final que estou tão cansada que fico conversando pra descontrair antes de ir embora”, revelou Dilma, que emagreceu 6 kg desde que assumiu a presidência.
Sobre o dia da posse, ela lembra da sensação que teve quando Lula passou a faixa para seus ombros. “Foi um momento muito especial porque você tem sobre si todo o peso e a responsabilidade de dirigir o país debaixo daquela faixa levinha de seda. Pensei ‘agora é a minha vez’”, lembrou. Para ela, o momento também teve uma enorme carga afetiva. “Trabalhei com o presidente Lula depois de junho de 2005 todos os dias. Tarde da noite a gente trabalhava. Também estava comovida por ele ir embora, fiquei triste por ele sair. Então foi uma duplicidade”, revelou.
A presidenta definiu Lula como uma pessoa competente na administração, mas também muito doce, suave, afetiva. “Ele cria isso, cria um envolvimento com as pessoas muito forte. Além disso, tem uma qualidade que é um enorme senso de humor. Isso tem um requisito, que é ser inteligente pra rir de si mesmo. Apesar de ser extremamente exigente, também é muito afetivo. Fica muito fácil trabalhar com ele”.
PRESIDENTA COM A
Não poder mais andar na rua como antes é a parte ruim da presidência. “É muito bom andar na rua, ver as pessoas, compartilhar do mundo o que as pessoas desfrutam quando vão à rua. Isso não posso mais fazer”, lamentou. Para ela, ser presidente é sobretudo um grande desafio, que nunca acaba. “Você não resolve o problema um dia, você resolve todos. É como se todos os dias eu tivesse que escalar o Everest”, revelou. “Isso é bom porque esse é o desafio que pode transformar o Brasil, como tudo na vida tem dois aspectos”, analisou. Mas até a responsabilidade de escalar o Everest todos os dias é efêmera. “Por isso é bom a democracia, ninguém fica pra sempre no governo. De 4 em 4 anos renova. No máximo são 8 anos. Então presidente volta a ser uma pessoa normal, a viver como sempre viveu”, refletiu Dilma, que há muito tempo lida com grandes responsabilidades.
Presidenta é como ela prefere nomear o seu cargo de maior autoridade política do país. O motivo? Enfatizar o fato de ser a primeira mulher a ser presidente do Brasil. “Não estou cometendo nenhuma barbaridade querendo ser presidenta do ponto de visto gramatical”, brincou. “Quero enfatizar o a, o signo do feminino. E não é errado. Acho que a primeira mulher tem a obrigação de ser presidenta”, explicou. “Cheguei a presidenta porque uma porção de mulheres saíram de suas casas e foram estudar, trabalhar. Viraram enfermeiras, professoras, apresentadoras de televisão, engenheiras, médicas, vereadoras, empregadas domésticos. Começaram a construir o Brasil de forma anônima. Mas cada vez mais, passaram a construir o país de forma muito clara e explícita. Devo isso as mulheres brasileiras... de ser presidenta”, agradeceu.
O AMOR PELA ARTE
No terceiro bloco do programa, Dilma falou sobre sua paixão pela arte e sobre os planos políticos para ajudar as mulheres. A presidenta, que tem várias pinturas e esculturas em seu gabinete, quem diria, queria ser artista. “Cada um de nos queria ser alguma coisa que não é. Eu não tenho a menor capacidade de desenhar ou pintar, mas eu queria ter. Tem gente que queria ser cantor, cada um tem uma simpatia imensa por alguma, coisa, eu tenho um grande amor pela pintura, pela capacidade do artista de representar um momento, uma pessoa”, revelou.
Ela disse ainda que vai fazer no Planalto uma comemoração à mulher ao longo do mês de março com várias atividades, expondo o que há de melhor nas pinturas de mulheres. “Tarsila foi uma grande pintura brasileira que inaugura o modernismo no Brasil com a pintura Bacuru. Quero que suas obras sejam expostas para quem quiser ver e digitalizar pra todos que não puderem ir, terem acesso”, contou.
A presidenta comentou a desigualdade salarial entre homens e mulheres. “Ganhamos menos pra fazer o mesmo trabalho. Temos mulheres com grande nível de especialização ganhando menos que o homem. Depende muito da mulher também, se manifestar...”. Dilma planeja dar suporte para privilegiar as mães trabalhadoras. “Vamos dar suporte pra que isso ocorra através de órgãos governamentais, apoio financeiro, isenção tributária e microcrédito que dá um alívio pra pessoa”, disse.
DOTES CULINÁRIOS E PLANOS PARA O FUTURO
Dilma preparou um omelete especial e garantiu que a receita não engorda. A presidenta revelou que adora sopa de beterraba, faz dieta e pretende continuar emagrecendo. Na cozinha do Mais Você, ela e Ana emendaram uma conversa sobre o futuro da economia. “O nosso objetivo é fazer com que ela continue crescendo de forma estável sem que a inflação volte. Não só o poder de compra vai crescer, como vamos aprovar uma política que garante que todo ano haja reajuste do salário mínimo e demos o aumento do PIB. Os R$ 545 vão virar R$ 616, no mínimo, em 1º de janeiro de 2011”, contou Dilma.
Ela disse também que vai priorizar uma melhoria na saúde dos brasileiros. “Vamos diminuir os gastos públicos mas não na área da saúde”, assegurou. “Só a folha de salário do governo são 172 bilhões. Estamos fazendo uma auditoria na folha pra ver se não tem gente recebendo a mais do que deve”, concluiu a presidenta com A.
Fonte: http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1650594-18173,00.html
E vamos que vamos, que atrás vem gente!
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terça-feira, 1 de março de 2011
"É como se todo dia eu tivesse que escalar o Everest" - Dilma
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Maria,viajante do Universo de passagem pelo planeta Terra
às
14:18
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Dilma.Mês da Mulher.Ana Maria Braga.
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1 comentários:
Essa menina vai longe!
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