terça-feira, 22 de março de 2011

Lula critica ataques à Líbia

Lula critica ataques à Líbia
Em um encontro com a com a comunidade árabe que vive no Brasil, realizado nesta segunda-feira (21) em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protestou contra os bombardeios realizados na Líbia e manifestou apoio à posição do governo brasileiro de se abster na votação da ONU (Organização das Nações Unidas) que autorizou os ataques contra as forças do ditador Muammar Gaddafi.
- Tenho acompanhado os acontecimentos no Oriente Médio e quero dizer que sou solidário à posição do Brasil, que se absteve na ONU contra a invasão [na Líbia].
O ex-presidente aproveitou o assunto para reiterar a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão de novos países membros, uma das principais bandeiras da política externa brasileira durante seus dois mandatos.


- Acho que essas invasões só acontecem porque as Nações Unidas estão enfraquecidas. Se as Nações Unidas tivessem a representação do século 21, e não do século 20, em vez de mandar avião para bombardear, certamente teriam mandado o secretário-geral da ONU para conversar.
Lula, que recebeu homenagens pelo trabalho em prol da integração entre o Brasil e as nações árabes e foi muito elogiado nos demais discursos da noite, de representantes da comunidade muçulmana, saiu em defesa da democracia e da alternância no poder.
No entanto, teve o cuidado de não citar nenhum nome de governantes que recentemente enfrentaram protestos no Oriente Médio e no norte da África.
- Não preciso dizer para ninguém que não apenas sou um amante da democracia, mas exerço a democracia em toda a plenitude. Eu poderia, agora, ter brigado pelo terceiro mandato, mas acho que com a democracia a gente não brinca. A gente respeita e exercita. Eu não acredito em homens imprescindíveis. A rotatividade no poder, a alternância, é uma coisa sagrada.
Trégua
Mais cedo, o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) publicou uma nota oficial em que lamenta a perda de vidas por causa do conflito na Líbia e defende um cessar-fogo na região. As operações militares contam com a participação de países como França e Estados Unidos.
No R7



1 comentários:

Anônimo disse...

"Quero dizer que sou solidário à posição do Brasil, que se absteve na ONU contra a invasão". Então o Lula é solidário ao Brasil não ser contra a invasão? Ou será que o que ele quiz dizer é que é solidário ao Brasil que foi contra a invasão? Aí entra outro problema: nunca vi alguém que se abstém de votar ser contra qualquer coisa (nem contra, nem a favor, "muito pelo contrário" - o famoso "em cima do muro"). Se era contra, votasse contra!
"Acho que essas invasões só acontecem porque as Nações Unidas estão enfraquecidas". Por que? Dez de 15 países votaram a favor da medida. Eram necessários 9 votos favoráveis e o Brasil e a Índia, que tanto desejam fazer parte do Conselho de Segurança se abstiveram de votar. Até a Rússia e China que são membros permanentes, com poder de veto, e que falam de igual para igual com os EUA se "acovardaram". O que se esperaria do Brasil se assumisse esse cargo?