Ministro Barbosa processe o deputado Demo que o chamou de “moreno escuro do Supremo”
O deputado federal do Demo, Júlio Campos, ex-governador do Mato Grosso, referiu-se ao ministro do STF Joaquim Barbosa como “moreno escuro do Supremo”.
Um negro quando chega à Casa Grande para ser “homenageado” passa a ser moreno ou mulato. E se a coisa vier a se tornar afetiva e ele não for fisicamente grande, moreninho ou mulatinho.
É um jeito de embranquecê-lo e ao mesmo tempo desconstrui-lo.
Negro agride.
Não a cor da pele, mas a história que existe por debaixo dela.
É disso que se trata.
Um branco racista nunca vai aceitar que um negro possa decidir sobre algo que a ele incide.
E vejam a ironia da história. O Demo Júlio Campos ao chamar Joaquim Barbosa de “moreno escuro do Supremo” defendia a prisão especial para autoridades.
Ou seja, o privilégio da elite branca que sempre se adonou do país e que se vier a ser pega com a boca na botija, quer ser tratada com distinção, com o respeito que o cargo lhe confere.
E essa mesma elite branca e racista não se conforma que um negro possa decidir sobre algo que tanto lhe interessa. Ou seja, sobre um privilégio que lhe é histórico e que de alguma forma esteve sempre associado à cor da pele e a classe social.
Prisão comum é para pobre. E se possível, negro.
O ministro Barbosa tem sido alvo de preconceitos explícitos desde que assumiu o cargo no STF. Dessa vez ele tem obrigação de reagir em nome de muitos outros negros que não são do Supremo. E cujo preconceito não se torna notícia de jornal.
O ministro deve fazer o que lhe for permitido do ponto de vista legal para que o deputado Demo receba uma punição exemplar. Não dá mais para aceitar que episódios como este acabem num formal pedido de desculpas.
Júlio Campos não deve desculpas a Joaquim Barbosa. Cabeças como a dele devem perdão pela vergonhosa história que vivenciamos no Brasil. Devem reparação aos danos causados a milhões de brasileiros.
Precisam ser punidos pelas frases estúpidas que proferem, porque isso se torna exemplar para impedir que se avance ainda mais neste sinal fechado pela nossa Constituição. O crime de racismo é a nossa proteção multirracial.
Por detrás de frases como esta se esconde uma história de sangrenta. Uma história que foi desbotada pela narrativa oficial. Como também se quer desbotar o negro, tornando-o mulato.
Como se a cor da pele preta é que fosse a cor da violência.
3 comentários:
Estúpido é esse post. Se o Deputado usou a expressão "moreno escuro" é porque teve medo de se referir ao Ministro Barbosa (cujo nome ele não se recordava na ocasião) com "negro" ou "preto".
Isso, é claro, decorre da paranoia do "politicamente correto" consequência, em grande parte, dos próprios movimentos negros (digo, "afrodescententes"). Hoje, dizer que alguém é preto ofende, e pode implicar em processo por racismo (dependendo da sensibilidade do ouvinte afrodescendente). Será que se o Deputado tivesse dito, sem pudores, que o Ministro era preto a mídia o teria perdoado? "Afrodescendente", "moreno", "moreno escuro", etc. são eufemismos para se referir à cor dos negros sem tentar ofendê-los (isso mesmo, os próprios negros, que dizem se orgulhar tanto de sua negritude não suportam ser chamados de negros ou pretos. Esses termos só podem ser usados entre eles. Se vier de alguém que não é "da cor", é racismo.) Chega de hipocrisia! Se alguém "embranquece" um negro para não ofendê-lo, esse alguém é racista; se não o "embranquece" também o é. Ou bem os negros aceitam que são negros, pretos, etc. ou bem aceitam ser "embranquecidos".
Estúpido é esse post. Se o Deputado usou a expressão "moreno escuro" é porque teve medo de se referir ao Ministro Barbosa (cujo nome ele não se recordava na ocasião) com "negro" ou "preto".
Isso, é claro, decorre da paranoia do "politicamente correto" consequência, em grande parte, dos próprios movimentos negros (digo, "afrodescententes"). Hoje, dizer que alguém é preto ofende, e pode implicar em processo por racismo (dependendo da sensibilidade do ouvinte afrodescendente). Será que se o Deputado tivesse dito, sem pudores, que o Ministro era preto a mídia o teria perdoado? "Afrodescendente", "moreno", "moreno escuro", etc. são eufemismos para se referir à cor dos negros sem tentar ofendê-los (isso mesmo, os próprios negros, que dizem se orgulhar tanto de sua negritude não suportam ser chamados de negros ou pretos. Esses termos só podem ser usados entre eles. Se vier de alguém que não é "da cor", é racismo.) Chega de hipocrisia! Se alguém "embranquece" um negro para não ofendê-lo, esse alguém é racista; se não o "embranquece" também o é. Ou bem os negros aceitam que são negros, pretos, etc. ou bem aceitam ser "embranquecidos".
Ser politicamente correto significa ser hipócrita também, sob algumas circunstâncias.
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