sábado, 11 de junho de 2011

Carta aberta a Walter Pinheiro, senador petista homofóbico do PT-BA

Carta aberta a Walter Pinheiro, senador petista homofóbico do PT-BA

No O Ornitorrinco



Fiquei completamente puto dentro das calças quando li que você, um dos nossos melhores e mais formidáveis quadros, participou da imundície chamada Marcha da Família, que teve como um dos organizadores o pulha direitista e notório pastor homofóbico Silas Malafaia porque, que isso fique bem claramente assentado, organizadores e participantes da tal marcha não estavam ali para defender a família porra nenhuma: vocês todos reuniram-se para proclamar a mais abjeta e completa homofobia decorrente da religiosidade obtusa que vocês professam.  

Não, prezado companheiro Walter, não perca seu precioso tempo com este velho militante sem importância tentando mostrar-me que você não é homofóbico porque, no máximo, e lamba os beiços, posso considerá-lo um homofóbico discreto, um homofóbico de baixos teores ou meio desnatado, que não é virulento como o patife do Silas Malafaia e outros sinistros deputadões e senadores que formam na definitivamente lamentável tropa do atraso que se reúne na chamada Frente Parlamentar Evangélica.

Tenho três filhos e o mais novo deles é gay, e eu o amo incondicionalmente. Ele tem 17 anos, é amoroso e inteligente, ótimo aluno (acabou de passar no vestibular da UFPR, sem ter concluído ainda o segundo grau), tem um talento especial para trabalhar coletivamente, escreve peças e é ator de teatro e, na recente tragédia que se abateu sobre nossa cidade, fez trabalho voluntário com crianças de famílias que estavam em abrigos públicos (meu menino saia de casa antes das oito da manhã e só retornava depois das oito da noite, e organizava e participava de brincadeiras e atividades com a piazada). 
Significa dizer, senador petista homofóbico, que meu filho não ameaça a nenhuma família como você afirma quando resolve participar da imundície organizada, dentre outros patifões religiosos, pelo notório patifão do malafaia.

Quando meu menino resolveu viver integral e publicamente sua sexualidade eu, pai imperfeito que sou, decidi que faria tudo para proteger sua vida, sua integridade e seus valores, de modo que homofobia como a sua será por mim tratada, do pescoço pra baixo, a pontapés, até porque a cada 36 horas um integrante da banda LGTB é assassinado no Brasil. A sua homofobia mesmo quando desnatada, Walter, mata.

Sua fé, mesmo que evidentemente obtusa, merece meu respeito e se algum dia a liberdade religiosa estiver sob ameaça, quero ser convocado para defende-la irrestritamente mas, como é próprio, cada vez que vocês acenderem as fogueiras da inquisição eu, nos meus limites e forças, farei o que for possível para apagá-las.

Estou aqui para defender meu filho, e o farei, bando de homofóbicos religiosos filhos-da-puta!



Paulo Roberto Cequinel


2 comentários:

Otto Frias disse...

http://correiodolitoral.com/index.php?option=com_content&view=article&id=5908&catid=53&Itemid=160

Walter Pinheiro diz que não é homófobo

O senador Walter Pinheiro (PT) negou ter participado da Marcha contra a Lei da Homofobia e disse ser a favor da criminalização da homofobia. Leai trecho da entrevista concedida ao programa “Acorda Cidade”, da rádio Sociedade, de feira de santana (BA).

Recentemente o Sr. foi alvo de críticas por participar da Marcha contra a Lei da Homofobia, o que deixou o Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) do Partido dos Trabalhadores baiano, indignado. Qual a sua posição em relação à Homofobia?

Em primeiro lugar eu não participei dessa marcha, porque na ocasião eu estava fazendo uma ressonância magnética. As pessoas gostam de levantar falsas polemicas, frases clichês e carimbos quando se fala desse tema. Sou contra todo tipo de preconceito, racismo, violência contra a mulher, homofobia. Eu entendo que a orientação sexual é uma decisão de cada indivíduo, a pessoa pode não concordar, mas tem que respeitar o outro. É lamentável a forma que estão tratando o respeito aos cidadãos. As pessoas possuem direitos individuais, livre arbítrio. Não significa que, quem não concorda tem que agir com violência, pois assim está agindo contra a vida.

De que forma o Senhor atua nesse embate?

Devemos tipificar o que é crime de homofobia, quem promove, quem agride, mediando uma Legislação que atue de forma clara contra esse crime. Acredito que temos que amar o outro da forma que ele é, da forma que ele escolheu ser. Não se trata de ser de uma religião ou de outra. Assim como as pessoas tem orientação social por direito, elas também têm direito a orientação de fé. É necessário punir quem pratica atos de homofobia, como quem pratica a pedofilia, toda forma de racismo. Mas, o que não podemos de forma nenhuma é obrigar alguém a adotar uma pratica que contrarie seus princípios.

Eu sempre separei a minha opção de fé da política. Fé é um exercício pessoal e política, um exercício coletivo. Ainda que a fé congregue, a orientação é individual. Dentro de uma igreja, centro espírita ou terreiro, as pessoas não possuem o direito de incentivar, nem promover nenhuma forma de violência contra o ser humano. A vida deve ser preservada.

Anônimo disse...

Engraçado você chamar de virulentos o Malafaia! Já leu seu próprio texto? Parece até que foi escrito pelo Malafaia ou Olavo de Carvalho.

Ah, você tem um filho Gay? É por isso que você defende até a morte a classe, né? Eis o equívoco fundamental que está ocorrendo: eu conheço pessoas que eram completamente alheias a questão dos homos, mas inflamaram um discurso contra eles por causa da propaganda exagerada ao gaysmo. Passa-se no Centro de Niterói e vê-se um enorme cartaz nas costas de uma banca de jornais com dois rapazes e uma frase convocando que passa a ter respeito pela opção sexual dos gays e afins. Acha mesmo que essa campanha massiva pelo gaysmo não resultará em acirramento dos conflitos? Eu mesmo que nunca me importei com esta questão estou me irritando com essa palhaçada toda. Casa? Porra, que quer dar o c?:$#@ já não dá desde os tempos imemoriais? Agora achar que vai formar uma família como uma tradicional, com pai, mãe e filhos será possível, só sendo doido mesmo. O seu netinho quando vier vai chamar quem de mãe, pai? Como vai se inserir na sociedade com essa carga? Como ficará a cabeça de uma crinça com os pais homo? Porque por mais que queiram, a opção natural de um ser humano, será sempre a hetero, portanto, os GLBTs serão sempre minoria, e como minoria serão sempre grupos alternativos, e como grupo alternativo, serão sempre vistos com os olhos da indiferença...

ajr1977@gmail.com