Foto: HEULER ANDREY/AGÊNCIA ESTADO
Foi um jogo de garra, de técnica, de emoção, de faltas duras, expulsões, bolas na trave, um gol para cada lado. E ao final, depois dos 90 minutos, depois da prorrogação de mais 30 minutos, só nos pênaltis deu Uruguai. Graças a uma defesa do goleiro Muslera em chute de Tevez, a Celeste Olímpica repetiu o 16 de julho de 1950, quando calou o Brasil ao vencer a Copa de 1950, por 2 a 1, contra a super equipe nacional. Agora, as lágrimas correm entre os argentinos – e o Brasil de Neymar, que quer ser o melhor do mundo, ri da equipe do camisa 10 Messi.
O JOGO - Empate empolgante entre Argentina e Uruguai, nos primeiros 90 minutos de jogo. O volante Mascherano foi expulso no segundo tempo. A Argentina atacou com Messi, Higuaín e Tevez, mas o Uruguai igualmente levou perigo com Forlán e Suarez. A prorrogação foi mais para a Argentina, mas sem gols. Messi perdeu um cara a cara, Higuaín foi agudo e não se pode culpar Tevez, que entrou e procurou agredir. O Uruguai se fechou, em lugar de acreditar na vitória, para buscar os penaltis. Deu certo!
PRIMEIRO TEMPO - Com Messi jogando bem, a partida entre Argentina e Uruguai, em Santa Fe, pela Copa América, chegou ao final do primeiro tempo com o placar de 1 a 1. Quem marcou primeiro foi o Uruguai, logo aos cinco minutos, com o meia Perez. Os argentinos responderam com Higuaín, aos 29 minutos. O passe foi de Messi. Aos 34, Perez foi expulso. Lugano, aos 44, de cabeça, carimbou o travessão, depois de passe de Diego Forlán. Segundo tempo promete ser uma batalha.
SEGUNDO - O segundo tempo começou com a Argentina com um jogador a mais. Mas, ainda mais neste dia 16 de julho, quando a "Celeste Olímpica" comemora 61 da vitória sobre o Brasil, em 1950, que lhe valou a Copa do Mundo, o Uruguai não está morto. Mascherano, ao ser expulso, reequilibrou os números em campo, com cada equipe com dez jogadores.
PENALTIS - Depois da prorrogação mais para o lado da Argentina, os penaltis transcorriam normalmente até Tevez perder seu chute e o Uruguai confirmar seus primeiros quatro, alcançando a vitória sem que todos precisassem ser cobrados. Foi o Maracanazo na Argentina, que sai da Copa América no estádio chamado de Cemitério dos Elefantes, porque, ali, muitos favoritos já perderam seus jogos. O Uruguai segue adiante. A Argentina terá de lamber suas feridas.
Abaixo, o que está no Wikipédia a respeito do Maracanazo, quando os mesmos uruguaios, no mesmo 16 de julho, fizerm o Brasil chorar:
Prólogo
O caminho para o título da Copa do Mundo de 1950 foi particularmente sui generis: Em vez do sistema de jogos eliminatórios (que é comumente usado atualmente em todas as competições, não apenas de futebol), o regulamento determinava que o campeão seria definido através de jogos entre um grupo de finalistas. Os quatro finalistas foram: o Brasil (país sede e grande favorito), o Uruguai (que precisava vencer apenas uma partida para chegar as finais, esmagou a Bolívia por 8-0), a Espanha (que deixou para trás a Inglaterra no seu grupo), e a Suécia (que venceu a Itália).
O início da rodada final foi mais do que promissor para o público brasileiro e para a imprensa, pois o Brasil tinha vencido, com folga, os jogos contra a Suécia (7-1) e contra a Espanha (6-1). O Brasil tinha marcado 4 pontos, e era o líder do grupo; seguido pelo Uruguai, que apenas havia empatado com a Espanha (2-2) e consegui uma vitória magra sobre a Suécia (3-2). O Uruguai tinha, então, 3 pontos antes da rodada decisiva.
Apesar de não ter sido estruturada dessa maneira, a rodada final tinha no jogo Espanha-Suécia a disputa do "terceiro lugar" (a Espanha tinha apenas 1 ponto, enquanto a Suécia não tinha nenhum). Brasil-Uruguai era o "jogo decisivo". Mesmo um empate garantiria o título ao Brasil, devido ao número de pontos. O Uruguai tinha, necessariamente, que vencer o jogo para levar a Copa.
Comemoração antecipada
A imprensa especializada e o público em geral já tinham começado a aclamar o Brasil como o novo campeão mundial, dias antes da final, e eles tinham razões para isso. O Brasil havia vencido suas duas últimas partidas, com um estilo muito ofensivo de jogo contra qual todos os esforços se tinham mostrado inúteis. Por outro lado, o Uruguai tinha encontrado muita dificuldade tanto no jogo contra a Espanha, como contra a Suécia, obtendo um empate contra a Espanha e uma vitória magra sobre a Suécia. Quando esses resultados eram comparados ficava óbvio que o Brasil estava preparado para vencer o Uruguai, facilmente, da mesma forma como tinha vencido a Espanha e a Suécia.
Na manhã de 16 de julho de 1950 as ruas do Rio de Janeiro estavam em polvorosa. Foi improvisado um carnaval sob o som de "O Brasil precisa vencer!". Este espírito encorajador não cessou, até o início da partida final, que lotou o lendário Estádio do Maracanã com um público de aproximadamente 200.000 pessoas, um recorde mantido até hoje.
Como o Uruguai se preparou
No vestiário do Uruguai momentos antes da partida, o técnico Juan Lópes determinou que uma estratégia defensiva seria o modo mais adequado de encarar o poder ofensivo Brasileiro. Depois que ele saiu, Obdulio Varela, capitão do time, levantou-se e disse ao time, "Juancito é um bom homem, mas hoje, ele está errado. Se jogarmos defensivamente contra o Brasil, nosso destino não será diferente do da Espanha e Suécia." Varela então fez um emocionado discurso sobre como eles precisavam encarar todas as dificuldades e não serem intimidados pela torcida brasileira. O discurso, como depois foi confirmado, teve uma enorme importância no desfecho que teria a partida. Algo que ele disse foi "Muchachos, los de afuera son de palo. Que comience la función", que poderia ser traduzido como "Rapazes, quem está do lado de fora não joga. Que comece o jogo".
A partida
A partida começou como já se esperava: a iminente avalanche brasileira contra o defensivo time uruguaio. Porém, diferente da Espanha e da Suécia, a linha defensiva do Uruguai conseguia segurar os muitos ataques brasileiros. O primeiro tempo acabou sem gols, e mesmo com o resultado ainda sendo favorável ao Brasil, a estratégia do Uruguai conseguiu diminuir a intensidade da torcida.
O Brasil marcou o primeiro gol da partida, com apenas dois minutos do segundo tempo, o que acionou a torcida. Novamente Varela teve um importante papel ao pegar a bola e disputar a validade do gol com o juiz, alegando impedimento do jogador brasileiro. Depois de ser vencido pela arbitragem, Varela levou a bola ao meio de campo e gritou para o seu time "Agora é a hora de vencer!".
O Uruguai realmente conseguiu inverter o jogo. Apesar da sua admirável capacidade ofensiva, o time do Brasil mostrava falhas na sua defesa, e aos 21 minutos, Juan Alberto Schiaffino empatou o jogo.
A multidão calou-se, em contraste com a erupção de gritos e vivas que havia, pouco antes de levar o gol (quando o resultado ainda era favorável para Brasil). Restando apenas 11 minutos de jogo, Alcides Edgardo Ghiggia, correu pelo lado direito do campo e fez outro gol. A multidão morrera. E assim continuou até o árbitro da partida, George Reader da Inglaterra, apitar o fim do jogo.
Jules Rimet, presidente da FIFA e organizador da copa, comentou o que acontecera: "O silêncio era absoluto, às vezes difícil de se acreditar", já que uma multidão de duzentas mil pessoas continuava sem acreditar que tinha perdido um título que considerava seu, por direito.
Jules Rimet havia preparado um discurso em português para parabenizar os vencedores, que ele esperava seriam os brasileiros, sendo assim, levou um susto quando, a caminho do campo, a multidão estava parada, não havia hino, nem celebração pela conquista de copa, nem nada.
A Confederação Brasileira de Desportos tinha preparado 22 medalhas de ouro, com os nomes dos seus jogadores gravados (na época a FIFA não dava medalhas aos vencedores, como agora), que também nunca cumpriram a sua finalidade.
Em uma entrevista, Ghiggia (autor do segundo gol) disse: "O silêncio era tão grande que se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos o seu zumbido."
Depois da partida
Com aquele resultado e com a consequente ruína da celebração, os organizadores da Copa do Mundo deixaram Jules Rimet sozinho no campo, com a taça nas mãos. Sem nenhuma cerimônia a ajudá-lo, Jules Rimet acabou por chamar Varela para entregar-lhe a taça. Este foi o segundo e, até o presente momento, o último título mundial conquistado pelo Uruguai - 2010.
A sociedade brasileira ficou em estado de choque, com o desfecho dessa copa. Muitos jornais pareciam não aceitar o fato de que a seleção tinha sido derrotada. Alguns dos jogadores aposentaram-se, nenhum deles, jamais, foi considerado para a Seleção.
A Confederação Brasileira de Desportos decidiu mudar a cor dos uniformes da seleção, pois considerou o azar como motivo da derrota. Antes do Maracanaço, o uniforme titular brasileiro era composto de camisa branca com gola azul e calções brancos, tendo sido mudado para o que é usado até hoje, camisa amarela com gola verde e calções azuis.
No Brasil247
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