domingo, 3 de julho de 2011

“Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil”


Foto: Getty Images

15% dos homens brasileiros admitem já ter agredido uma mulher

Do outro lado, seis em cada dez brasileiros diz que conhece uma mulher que já foi vítima de violência doméstica


Seis em cada dez brasileiros diz que conhece uma mulher vítima de agressão

Quinze por cento dos homens brasileiros admitem já terem alguma agressão considerada grave por eles mesmos contra uma mulher.

A agressão física foi a mais citada por eles (34%), seguida por humilhação (12%). Mas a lista é variada, e inclui forçar a mulher a fazer sexo (2%) e obrigá-la a dar dinheiro ou pertences (1%). Os números são resultado da pesquisa “Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil”, realizada pelo Instituto Avon/Ipsos. O estudo ouviu 1.800 pessoas nas cinco regiões brasileiras.

“Uma técnica sofisticada foi utilizada pela primeira vez nas pesquisas sobre violência contra mulheres no Brasil, com o objetivo de obter respostas mais fidedignas para um assunto tão complexo.

No capítulo relativo à violência vivenciada por homens e mulheres, os entrevistados preencheram o questionário em sigilo e o colocaram em um envelope”, diz especialista em pesquisa de opinião Fátima Pacheco Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão. “Dessa forma, evitou-se que o entrevistado se sentisse inibido ou influenciado a dar respostas padrão e aceitas pelo costume”.

Entre as mulheres entrevistadas, 27% disseram já ter sido vítimas de violência doméstica. Os tipos de agressão sofridos por elas seguem o ranking admitido pelos homens agressores, mas em maiores proporções: agressão física (47%) e humilhação (44%) lideram a lista. 15% das vítimas dizem já terem sido forçadas a fazer sexo.

Conhecidos

Do total de entrevistados, homens e mulheres somados, 6 em cada dez afirmaram conhecer alguma mulher vítima de violência doméstica. Desses, 63% afirmaram ter feito algo para ajudar a vítima – 44% citam conversas com a vítima como o principal auxílio prestado. Entre os 37% que não fizeram nada, a principal justificativa foi o entendimento de que não deveriam interferir.

“A pesquisa demonstra, com números contundentes, que a percepção de homens e mulheres sobre a gravidade da violência contra a mulher avança na sociedade brasileira. Hoje, 62% da população já reconhecem a violência psicológica como uma forma de violência doméstica, por exemplo,” afirma Jacira Melo, do Instituto Patrícia Galvão, parceiro do estudo.
Fonte: Portal iG

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