O presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou que a embaixada de seu país na Líbia foi "invadida e totalmente saqueada", em declarações durante uma entrevista coletiva à imprensa, concedida nesta quarta-feira, no palácio presidencial, em Caracas.
"O embaixador da Venezuela confirma que a nossa embaixada em Trípoli foi invadida e totalmente saqueada. Precisamos exigir respeito à integridade, primeiro, do nosso embaixador e de todo o pessoal que trabalha ali", disse Chávez, o aliado mais próximo do líder líbio, Muamar Kadhafi, na América Latina.
O presidente leu uma mensagem escrita durante a coletiva, concedida em conjunto com o chanceler russo, Sergei Lavrov, que está em visita a Caracas.
"(É preciso exigir respeito também) ao território venezuelano. É o mesmo que as hordas daqui pretenderam fazer com a embaixada cubana", disse, referindo-se a uma tentativa de invasão da representação diplomática de Cuba, durante o fracassado golpe de Estado que tirou Chávez brevemente do poder, em abril de 2002.
Desde o início do conflito na Líbia, há seis meses, Chávez declarou apoio firme a Kadhafi, insistindo que os países aliados da Otan tentam se apoderar das riquezas petrolíferas do país norte-africano.
Venezuela e Líbia são parceiros na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
"Tomara que esta loucura tenha fim. Tenho a impressão de que a tragédia da Líbia, este povo irmão que tem o direito de ser e fazer sua própria história, está apenas começando", lamentou o presidente venezuelano.
"Destruíram um país e não foi Kadhafi quem o destruiu. Esse país foi incendiado e não foi Kadhafi quem o incendiou. É a loucura imperial", enfatizou.
Em entrevista à TV multiestatal Telesur, com sede em Caracas, o embaixador venezuelano na Líbia, Afif Tajeldine, confirmou que a residência foi "totalmente saqueada" esta manhã por grupos armados, que "começaram a revirar a casa perguntando por mim" e "levaram os carros".
"Esta violação está sendo feita por grupos armados apoiados pela Otan e é uma violação da própria Otan contra nossa soberania", disse o diplomata, afirmando que alertará a Cruz Vermelha Internacional e protestará ante as Nações Unidas sobre o fato.
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