terça-feira, 23 de agosto de 2011

Todo nosso apoio à Comitiva pró Palestina





Todo nosso apoio à Comitiva pró Palestina que realizará reuniões e entregará documentos   em defesa da Palestina, nesta 4ª feira, dia 24/08/2011, em diversos Ministérios em Brasília



Em Brasília, comitiva pró-palestina pedirá por boicotes a Israel

A Frente em Defesa do Povo Palestino de São Paulo estará representada durante a jornada nacional de lutas nesta quarta-feira (24), em Brasília, quando protestará contra a opressão e ocupação na Palestina. Unirá suas vozes aos manifestantes por direitos e justiça social no Brasil sobretudo para pedir o fim dos ataques a Gaza e o rompimento de acordos militares e de cooperação entre o governo nacional e Israel. O cancelamento desses é objeto de um dos principais documentos a ser entregue pela comitiva que segue para a Capital Federal, um manifesto por boicotes a produtos e serviços de Israel até que se cumpram os direitos humanos fundamentais dos palestinos. Tal documento já conta com mais de duas dezenas de assinaturas de organizações, entre as quais centrais sindicais, movimentos de mulheres, da juventude e sem-terra, além de sociedades árabes-palestinas e comitês de diversas partes do País (veja abaixo).

Além de protocolar esse manifesto em ministérios e junto a comissões no Congresso Nacional, os participantes vão fazer chegar ao ministro da Defesa recém-empossado, Celso Amorim, o pleito da sociedade civil palestina por boicote e embargo militar imediato a Israel. A carta que traz a solicitação é assinada por todos os partidos políticos palestinos e por diversas organizações, tais como Stop the Wall e o comitê local por boicotes, desinvestimento e sanções.
A delegação encaminhará ainda à ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, uma carta com as principais reivindicações dos refugiados palestinos oriundos do Iraque, no País há cerca de quatro anos e ainda carecendo de integração e inclusão adequadas. Manifesto com o mesmo conteúdo será protocolado no Itamaraty.

Acompanhará a comitiva o Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio, que também levará sua demanda a Brasília. Pedirá um posicionamento firme do governo brasileiro em prol das liberdades democráticas no país árabe.


MANIFESTO PELO BOICOTE AO APARTHEID DE ISRAEL


Há seis anos foi lançada por diversas organizações da sociedade civil palestina a campanha de BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) a empresas, produtos e serviços que financiam o apartheid israelense.

Neste ano, a iniciativa prioriza o embargo militar integral a Israel, até que se cumpram as reivindicações fundamentais dos palestinos:

1) o fim imediato da ocupação militar e colonização de terras árabes, e a derrubada do muro do apartheid, que vem sendo construído na Cisjordânia desde 2002, dividindo terras, famílias e impedindo os palestinos do direito elementar de ir e vir;
2) o reconhecimento dos direitos dos cidadãos palestinos à autodeterminação, à soberania e à igualdade; 
3) o respeito, proteção e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e propriedades, das quais vêm sendo expulsos desde 1948, quando foi criado unilateralmente o Estado de Israel, até os dias atuais.

Essas medidas logicamente teriam que vir acompanhadas da libertação dos milhares de presos políticos.

Sob esse mote, o comitê palestino por BDS realizou recentemente em território ocupado um ato público em frente à representação diplomática brasileira.

Principal campanha internacional de solidariedade ao povo palestino e contra qualquer forma de discriminação naquelas terras, a campanha do BDS redundou em conquistas importantes, como o rompimento de contratos milionários com empresas que atuam na construção do muro, de colonias ilegais ou de outros aparatos que sustentam a segregação na Palestina. Envolvida em ações do gênero em Jerusalém, a multinacional francesa Veolia teve prejuízo de bilhões de dólares como resultado dessa campanha.

Outra prova do seu sucesso e viabilidade foi a decisão do Governo da Noruega de desinvestir em companhias israelenses que detinham no currículo essas práticas colonialistas. Ainda como parte dessa iniciativa, em 2010, sindicatos de portuários da Califórnia, Suécia, Índia e África do Sul promoveram um dia de protesto no qual se recusaram a descarregar navios comerciais israelenses ou com cargas provenientes daquele destino. 

No campo acadêmico, a Universidade de Johanesburgo suspendeu acordo de cooperação e intercâmbio com a Universidade Ben Gurion, por sua cumplicidade na violação de direitos humanos. 

O êxito dessa campanha é comprovado ainda pela ação do Knesset (Parlamento israelense) de aprovar neste mês uma lei que criminaliza ativistas e organizações em favor dos boicotes.

Apesar de esse movimento vir se expandindo em todo o globo, no Brasil ainda é preciso avançar bastante. Algumas ações vão inclusive na contramão dessa corrente, como a adesão do Brasil ao TLC (Tratado de Livre Comércio) Mercosul-Israel e negociações comerciais bilaterais com a potência ocupante, incluindo a assinatura de acordos militares e de tecnologia bélica. Amplo estudo promovido pela organização Stop the Wall denuncia que o TLC inclui a venda em território brasileiro de produtos e serviços feitos em colônias israelenses ilegais na Cisjordânia, bem como de tecnologias de "defesa e segurança", as quais têm sido usadas nos ataques contra os civis palestinos. O tratado, portanto, transforma o Brasil em porta de entrada da indústria armamentista de Israel na América Latina., A tecnologia de "defesa" tem sido um dos focos dos negócios bilaterais entre os governos de Israel e do Brasil. Inclusive já se tem conhecimento de visitas de grupos israelenses visando atuar na segurança durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Ainda na contracorrente, a cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, passou a abrigar instalações da empresa israelense Elbit Systems, que atua na área de tecnologia militar e é especialista em construção de veículos não tripulados, os quais foram amplamente usados nos ataques aos palestinos de Gaza em final de 2008 e início de 2009. Uma das 12 companhias envolvidas na construção do muro do apartheid, a Elbit já assinou contratos no Brasil, inclusive com as Forças Armadas e com a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica). 

Além disso, a USP (Universidade de São Paulo) e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal) têm firmado acordos de cooperação e intercâmbio com instituições israelenses, sobretudo nos últimos anos.

A organização Stop the Wall alertou, em relatório, que essas iniciativas garantem que as guerras, ocupação e colonização israelenses continuem a gerar lucros. E enfatizou: “Esses laços militares põem em questão o compromisso do governo brasileiro em apoiar os direitos humanos, a paz e a criação de um Estado palestino e parecem contradizer as atuais alianças brasileiras e interesses na região. É preocupante que o Brasil entregue o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos às empresas de armamento israelenses. O Brasil não pode conciliar a cumplicidade com as graves violações da lei internacional por parte de Israel e as aspirações a potência mundial emergente, defensora do respeito à lei internacional e aos direitos humanos.”

Perante esse cenário e atendendo a pleito da sociedade civil palestina, exigimos que o governo brasileiro e suas instituições, bem como empresas públicas e privadas nacionais e/ou instaladas neste País, imponham embargo militar e econômico a Israel, através do rompimento de acordos, contratos e suspensão na aquisição de produtos e serviços, os quais financiam cotidianamente a violação dos direitos humanos do povo palestino e a ocupação de suas terras.


Reivindicamos que o governo brasileiro:

a) rompa unilateralmente com o Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul;
b) retire imediatamente o posto das Forças Armadas Brasileiras em Israel;
c) cancele todos os contratos das Forças Armadas com empresas israelenses;
d) exclua as empresas israelenses de participar de quaisquer concorrências públicas;
e) vete a instalação de empresas israelenses em território nacional ou mesmo a aquisição de empresas nacionais por capitais israelenses;
f) exclua as empresas israelenses de contratos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.


ASSINAM:

Frente em Defesa do Povo Palestino - São Paulo
Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro
Frente Palestina da USP – Universidade de São Paulo
Comitê Democrático Palestino do Brasil
Comitê Autônomo de Solidariedade ao Povo Palestino – Mogi das Cruzes
CLP – Comitê pela Libertação da Palestina
Sociedade Árabe-palestina de Corumbá
Centro Cultural Árabe-palestino do Rio Grande do Sul
Comitê Pró-Haiti
Sociedade Árabe-palestina de Brasília
Comitê de Solidariedade ao Povo Sírio
Deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP)
Georges Bourdoukan – jornalista

Anel – Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre
Apropuc-SP – Associação dos Professores da PUC-SP
Associação Islâmica de São Paulo
Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz
Centro de Memória e Resistência do Povo de Mauá e Região
Ciranda Internacional da Informação Independente
Coletivo de Mulheres Ana Montenegro
Coletivo Libertário Trinca
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas
CUT – Central Única dos Trabalhadores
DCE-USP – Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento Mulheres em Luta
Movimento Mulheres pela P@z
Mopat – Movimento Palestina para Tod@s
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
MTST – Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto
Oposição Bancária de Mogi das Cruzes e Região
PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Rede para Difusão da Cultura Árabe-brasileira Samba do Ventre
Revolutas
União dos Estudantes Muçulmanos do Brasil
UNI – União Nacional das Entidades Islâmicas

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