quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Visita do papa à Espanha: o milagre gay do último sábado

Visita do papa à Espanha: o milagre gay do último sábado



Uma violenta tempestade obrigou B16 a interrromper sua homilia diante dos jovens. Um forte vento, acompanhado de chuva e trovões, começou a soprar e o representante de Deus em nosso planeta, embora protegido por um grande guarda-chuva branco, teve que parar sua fala.
O roteiro de B16 mandava que ele conclamasse alguns bisonhos jovens do país a respeitar o matrimônio entre homem e mulher. España: Una lluvia evitó que el Papa hiciera llamado a respetar matrimonio “entre hombre y mujer”.
Flagrante do milagre gay. Questão para debate: quem canonizar?
Apoiada pela Opus Dei, cujo link recuso-me a dar, a visita de B16 custou cerca de 100 milhões de euros. Tudo para ser recebido por alguns jovens drogados pela religião. “A religião é o ópio do povo, não se drogue com os nossos impostos”, dizia um dos muitos divertidos cartazes nas manifestações contrárias ao evento.
B16 e a igreja católica sempre gostaram da Espanha. A reincidente visita de Ratzinger ao país insere-se na obsessão de recristianizar um país onde o medo da igreja e do franquismo conseguiu pôr o povo de joelhos. Sua intromissão na política interna foi uma ajuda ao PP para as eleições que se avizinham.
O ditador vitalício do Vaticano não pediu perdão ao povo espanhol pela colaboração da sua igreja com a ditadura franquista, com os seus crimes e com a onda de terror que, durante anos, percorreu Espanha.
Os dois últimos papas, através de provocativas canonizações, não fizeram mais do que dar o aval aos que se comprometeram com uma das mais sangrentas ditaduras europeias.
Joseph Ratzinger chefia uma Igreja que é um estado. Em visita a Espanha ou Portugal, explora oportunamente essa duplicidade: enquanto último monarca absoluto da Europa, é recebido pelas autoridades estatais; enquanto líder religioso, opina sobre política interna (da contracepção ao suicídio assistido e ao casamento civil) – o que jamais seria tolerado a outro chefe de Estado estrangeiro.
O regresso do Papa ao bairro do Vaticano deixa a Espanha com ar mais respirável.
(Enquanto isso, há uma boa notícia: o número de católicos cai e — felizmente — o de ateus e — infelizmente — o de evangélicos sobem).
Com a História, trechos do Diário Ateísta e agências de notícias


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