sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ministério Público assina acordo com mentores do "rodeio das gordas"

Ministério Público assina acordo com mentores do "rodeio das gordas"


Juliana Braga



Dois dos três envolvidos na criação e na difusão do “rodeio das gordas” assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) do estado de São Paulo. Em outubro de 2010, Roberto Paulo de Freitas Negrini e Rafael Dib Tebechrami divulgaram na internet o evento, no qual rapazes eram incentivados a agarrar e a subir em garotas obesas durante os jogos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Após a investigação, o Ministério Público concluiu que os estudantes praticaram violência contra a mulher, com infração da Lei Maria da Penha.

Cada envolvido terá de doar, como indenização por dano moral coletivo, 20 salários mínimos a instituições que se dedicam à prevenção e ao combate da dependência química e da violência de gênero. A promotoria vai entrar com uma ação civil pública contra Daniel Prado de Souza, terceiro jovem envolvido no caso que se recusou a assinar o TAC. A dupla que aceitou o acordo também se comprometeu a não incentivar outras práticas de cunho discriminatório, preconceituoso ou violento. Caso haja descumprimento do termo, há uma multa prevista de R$ 30 mil.

Suspensão
Essa é a segunda punição que os estudantes sofrem por terem promovido o rodeio. Em dezembro do ano passado, a Unesp suspendeu Daniel e Roberto por cinco dias. Na época, estudantes pressionaram para que a universidade tomasse alguma atitude mais enérgica devido à “brincadeira”. Com cartazes, cerca de 200 alunos acompanharam, em outubro de 2010, a reunião da congregação universitária da Unesp que abriu sindicância contra os dois.

As agressões ocorreram entre 9 e 12 de outubro, durante os jogos em Araraquara, no interior de São Paulo. Segundo relatos, os alunos se aproximavam das garotas como se fossem paquerá-las e, em seguida, as agarravam e tentavam ficar sobre elas o máximo de tempo possível.

Pela rede social, os mentores incentivaram os participantes do “jogo” a cronometrarem o tempo que ficavam em cima das garotas, além de terem sugerido premiações. Os três denunciados foram identificados como criadores e incentivadores do ato na comunidade Rodeio de Gorda Araraquara 2010.



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