sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Palestinos aguardam discurso histórico de Abbas na ONU



Palestinos aguardam discurso histórico de Abbas na ONU
Palestinos aguardam com expectativa nesta sexta-feira o discurso do presidente Mahmoud Abbas na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no qual deverá pedir o reconhecimento do Estado palestino.
Telões foram colocados no centro de Ramallah, na Cisjordânia, para que o público possa assistir o discurso ao vivo, que deve começar às 18h30 no horário local (12h30 de Brasília). Uma hora depois, será a vez do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se dirigir à Assembleia.
Palestinos preparam local no centro de Ramallah onde população assistirá ao discurso de Abbas na ONU
Foto: AP


Os palestinos pedem a delimitação de seu Estado a partir das fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental - territórios ocupados por Israel, que rechaça veementemente a decisão palestina.
No centro de Ramallah, uma cadeira gigante foi montada para simbolizar assento pedido por Abbas na ONU, para que o Estado palestino se torne o membro número 194 da organização internacional.
A campanha "Palestina 194" foi iniciada há vários meses e deverá atingir seu auge nesta sexta-feira, com o discurso do presidente palestino. Após sua fala, Abbas deve entregar a carta de reivindicação para ingresso na ONU ao secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, que deverá revisá-la para assegurar que está de acordo com o artigo quatro da Carta de Nações, e então remetê-la ao Conselho de Segurança.
Para ingresso na ONU, é preciso obter no principal órgão de decisões da organização multilateral uma maioria de nove votos e nenhum veto dos cinco países com esse direito (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China). No entanto, o presidente americano, Barack Obama, já anunciou que vetará o pedido palestino.
A Autoridade Palestina espera a participação de centenas de milhares de pessoas em manifestações de apoio a Abbas, nas principais cidades da Cisjordânia, durante o discurso.
Para muitos palestinos esta sexta feira é um dia histórico, pois 44 anos após a guerra de 1967 e 63 anos após a fundação do Estado de Israel, um presidente palestino se dirigirá aos 193 países membros da ONU e pedirá o reconhecimento da Palestina.
De acordo com a pesquisa de opinião realizada pelo instituto Halil Shkaki, 83% dos palestinos apoiam o pedido de reconhecimento na ONU.




Israel
As autoridades israelenses decretaram estado de alerta no país inteiro e nos territórios ocupados, principalmente na área de Jerusalém e nos pontos de checagem militares nas passagens entre Israel e a Cisjordânia.
O Exército israelense se prepara para manifestações de palestinos junto aos pontos de checagem e providenciou diversos tipos de armamentos não letais para dispersar os manifestantes. No arsenal estão novas invenções da indústria bélica israelense denominadas "gambá" e "o grito".
O "gambá" consiste em uma substância quimica com forte cheiro de cadáveres em estado adiantado de putrefação. A substância é misturada com água e lançada contra manifestantes por meio de canhões d'água. A pele e as roupas das pessoas atingidas ficam impregnadas com o cheiro, que demora vários dias para se dissipar.
Outra nova arma não letal é "o grito" - um aparelho que emite ondas sonoras que produzem sons insuportáveis para os ouvidos humanos e faz com que as pessoas queiram se distanciar rapidamente da fonte do barulho.
O "grito" já foi utilizado contra manifestantes na última quarta feira, quando jovens palestinos protestaram junto ao ponto de checagem de Kalandia, na entrada de Ramallah. De acordo com porta-vozes militares o armamento "produziu bons resultados", pois os manifestantes se dispersaram rapidamente.
Além das novas armas, o Exército israelense também costuma utilizar meios "mais tradicionais" para dispersar manifestações, como balas de metal revestidas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.
O governo de Israel autorizou a entrega de grandes quantidades desses armamentos para a polícia palestina. De acordo com o jornal Haaretz, a polícia da Autoridade Palestina teria se comprometido a impedir que os manifestantes entrem em atrito com tropas ou colonos israelenses.
Com BBC

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