Estupro na TV? Pode. É liberdade de expressão.
Vejam esta absurda matéria publicada pela Folha de ontem e segurem a revolta:
Procuradoria quer cassar canal de TV que exibiu cena de estupro
Na Paraíba, programa mostrou vídeo feito com celular de violência sexual contra menina de 13 anos
Ministério Público diz que exibição contraria o ECA; para diretor da TV Correio, ação é forma de 'intimidar a imprensa'
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Federal está pedindo que a União casse a concessão de um canal de TV da Paraíba que exibiu em uma reportagem imagens de uma menina de 13 anos sendo estuprada.
A Procuradoria diz que o material, exibido na tarde do dia 30 de setembro pela TV Correio, afiliada da rede Record, se assemelhava a um "snuff movie" (filme com cenas reais de tortura e morte).
O crime foi registrado por um adolescente de 15 anos com uma câmera de celular. A vítima é uma aluna de escola pública da região metropolitana de João Pessoa.
A polícia diz que ela foi estuprada por um inspetor da escola, de 20 anos. O material, apresentado desfocado, não identifica a vítima.
Segundo a polícia, a menina relatou ter sido atraída pelo instrutor até a casa dele quando saía da escola. Ela disse que foi dopada e, depois, estuprada.
O Conselho Tutelar informou que, nos dias seguintes, o vídeo circulou entre colegas de escola da menina. A família procurou a polícia assim que viu as imagens.
O adolescente que fez o vídeo no dia 20 de setembro, segundo a polícia, alegou que a menina consentiu a relação sexual. Ele foi apreendido e o suspeito de estuprar a garota está foragido.
"Ainda assim o caso seria considerado estupro de vulnerável, já que ela é menor de 14 anos", afirmou a delegada Lídia Veloso.
Para o Ministério Público, a exibição de imagens envolvendo menores sofrendo violência, mesmo desfocadas, são proibidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
A ação também inclui um pedido de indenização de R$ 500 mil para a adolescente e de R$ 5 milhões por "danos morais à coletividade".
O apresentador Samuel Henrique também foi denunciado. Ele apresentou a reportagem no "Correio Urgente", programa policial diário da TV. "Olha o cara tirando a roupa dela aí, ó. Só um trechinho.
Depois a gente vai mostrar tudo", diz Duarte, segundo a Procuradoria.
O diretor-superintendente da TV Correio, Alexandre Jubert, afirma que a reportagem não identificou a menina.
"A ação é uma forma de intimidar a imprensa. Outros canais já mostraram imagens bem piores."
Jubert também diz que não pretende tomar medidas contra o apresentador. "Se mostramos uma realidade ruim é porque ela é assim."
Em resumo, um canalha chamado Alexandre Jubert se acha no direito de, sob o manto da Liberdade de Expressão, exibir cenas de um estupro na TV. Pior, um estupro de uma criança, pois a vítima tem 13 anos.
Quer dizer, mostrar cenas de uma menor sendo estuprada tá valendo? Isso é liberdade de expressão? Me avisem quando começarem a passar Snuffs... Opa!
A "defesa" da TV Correio, ligada à Record (que surpresa!): "Outros canais já mostraram imagens bem piores".
Ah, então ok. Argumento governista pode. Afinal, se todos roubam, porque eu não posso?
Aliás, se outros rouba MAIS ou mostram cenas PIORES de estupro, porque não posso também?
E o boçal finaliza do Alexandre Jubert: "Se mostramos uma realidade ruim é porque ela é assim." Pronto.
Realidade é uma merda? Então vamos jogar na cara de todos.
O MP tá brando. Além de cassar licença eu ainda botava esse DESGRAÇADO na cadeia por abuso de menores, por veicular imagem e achar bom. Toda tentativa de punir a mídia pelos seus excessos.... por seus CRIMES são tratadas como censura.
Pois eu digo apenas que esse canal deve ser fechado. E pior, o diretor e TODOS que tiveram o vídeo em sua posse e concordaram em veiculá-lo deveriam ser presos.
Bora fazer o seguinte? Já que Alexandre Jubert acha que tudo é liberdade de expressão, vamos gravar um vídeo dele sendo linchado na rua e botar no horário nobre. Ele vai gostar? Dane-se, mas não vai poder reclamar.
Soberania? Ah, só vale pra repudiar organizações internacionais LEGÍTIMAS que condenam Belo Monte, pra FIFA sempre damos um jeitinho. Estamos, pois, na terra do jeitinho! Na terra do Comunismo Ruralista e dos Ruralistas governistas.
No Rio, evangélicos andam nos carros com adesivos escritos: "Constituição não. Lei de Deus sim. Eu apoio". Não vejo diferença entre isto e a defesa de setores governistas de que a FIFA tenha o direito de passar por cima de nossos direitos, de nossas leis com o intuito de lucrar. Em ambos os casos nossos direitos são postos de lado por um grupo de fanáticos.
"Mas serão criados tantos mil empregos, seá gerado um lucro de tantos milhões". Não importa. A partir do momento em que abrimos mão dos nossos direitos estaremos permitindo tudo. Trabalho escravo, precarização de mão de obra... É, se bem que esta já é nossa realidade.
Todos estes casos tratam do mesmo assunto. Da precarização do ser humano, da vulneração dcotidiana de direitos, o que é tratado como normal, corriqueiro e até, pasmem, correto! Roubar quando todos fazem, veicular imagens grotescas porque outros fazem até pior, passar por cima das leis por lucros... Os direitos do homem não valem nada.
Já chegamos ao ponto de, no Amazonas há alguns anos, um apresentador de programas estilo Datena, que de tão absurdos são difíceis até de classificar, encomendar mortes para aumentar seu ibope. O fato deste apresentador ser Deputado não é uma surpresa, mas apenas a comprovação de que chegamos ao fundo do poço e que a sociedade está doente e, às vezes temo, de forma incurável.
O capitalismo no Brasil nunca foi tão selvagem, tão tosco e tão criminoso. O blogueiro Peterson Colares, no Facebook, completou: "Não estamos próximos da barbárie. Já a alcançamos tem algum tempo.".
E o que eu sempre me pergunto:
Só posso, enfim, aplaudir o MPF:
No caso do programa Correio Verdade, o MPF entende que "uma concessão pública foi utilizada como instrumento da violação de direitos fundamentais da pessoa humana, e exatamente do segmento mais fragilizado da sociedade – as crianças e adolescentes. Nenhuma justificativa de informação pública pode socorrer os autores de tamanha afronta, absolutamente desnecessária, que ofendeu a dignidade da pobre vítima, ampliando seus ultrajes e vergonha, e a dignidade dos telespectadores, transformados, em pleno horário do meio dia, em espectadores de um 'snuff movie' que seria proibido até mesmo no horário da madrugada ou no mais recôndito dos cinemas pornôs”.
Ainda na ação, o MPF cita recente proibição, pela Justiça Federal, de exibição de filme, de procedência sérvia, que em uma das cenas simulava o estupro de um bebê (foi utilizado um boneco) e questiona: “O que se dizer, então, da TV aberta que exibe em pleno meio dia cenas de um estupro real, precedidas de inúmeros 'trailers' apelativos com parte das cenas e chamadas do apresentador? (...) O que falta para a TV Correio em seu vale tudo pela audiência? Exibir cenas reais do estupro de um bebê - posto que de criança já exibiu – a pretexto de 'informação'?
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1 comentários:
isso nao dever ficar como qwualquer coisa porque pode acantecer co outras pessoas.
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