A origem da palavra vencer, emerge do latim “Vincere, derrotar”. Na Roma antiga NICE, a deusa da vitória, era tão cultuada que, quando tiraram a sua estátua da cidade, houve protestos. Outros povos, mais especificamente americanos pré-colombianos, faziam o que os antropólogos chamam de antropofagia: a vitória estava em assimilar o que o outro tinha, comendo-o fisicamente. Esta lógica de vencer sob à anulação do outro é o que impera ainda. Vencer no capitalismo, assim como na antiguidade, é o ato de se sobrepor ao outro.
Vejamos a lógica da prova ou avaliação, no sistema educacional. Ela não é vista como um meio, mas como um fim onde a pessoa é avaliada por um determinado conteúdo. E é tachado com notas quem foi melhor e quem foi pior. Isso está errado, esse principio parte da lógica de que todos aprendem de maneira uniforme. E não é! As pessoas aprendem de maneiras diversas e o que é conhecimento para um não é para outro. Eu questiono: para que um pescador vai aprender algo que não está relacionado ao seu meio social e geográfico? Não há necessidade. Então, alguém que habita em uma área urbana não aprende a mesma coisa de alguém que aprende numa área rural, logo esse conhecimento não se coloca ao homem uniformemente.
Essas pessoas que acreditam na vitória segundo os moldes tradicionais, de anulação do outro, acreditam de fato que essa é maneira correta de viver, mas pensemos: se vencer é destruir o outro, haja vista uma guerra, não houve vitória aí, houve aniquilação. Será mesmo necessário explorar o outro para que haja vitória? Baseado nos meus princípios marxianos, acho que não. Por isso, me oponho à lógica do lucro e à propriedade privada. O homem não pode se considerar livre para vencer sem perceber o outro. Que liberdade é essa que anula o próximo? É a liberdade bárbara que os antigos modos de viver faziam. Diante disso, me oponho a vencer: quero perder. Pois se vencer é destruir o outro para mostrar quem é melhor, não quero ser um vencedor.
É preciso que haja uma mudança na lógica de vencer, que vencer não seja mais o ato de prejudicar o outro, mas que seja a maneira de um lutar pelo o outro. Aprendamos que o bem do outro é tão importante quanto o nosso bem. O erro está em acharmos que uns têm mais direitos do que os outros. Todos têm direitos e deveres. É como diz o dito popular: “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Humanos: lutemos uns pelos outros! Sem precisar se anular. Nem, muito menos, anular o outro.
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