terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pai estupra e engravida a filha de 12 anos

Pai estupra e engravida a filha de 12 anos

Acusado nega o crime, mas exame confirma a paternidade. Um tio também é suspeito de abusar da jovem, que deu à luz há um mês
O pai da vítima foi apresentado à imprensa ontem: abusos começaram quando ela tinha 10 anos (Carlos Moura/CB/D.A Press)
O pai da vítima foi apresentado à imprensa ontem: abusos começaram quando ela tinha 10 anos
Aos 12 anos, uma garota tornou-se mãe de filho do próprio pai, após uma série de abusos. O homem, de 34 anos, nega a violência, mas exames de DNA confirmaram a paternidade. Um tio da menina também é suspeito de estuprá-la.

Moradora de chácara no Setor Sol Nascente, em Ceilândia, a garota foi trazida do Piauí, há três anos, devido aos maus-tratos cometidos pela mãe. No mesmo terreno onde foi recebida no DF, vivia um tio, que teria iniciado os abusos quando a vítima tinha 10 anos. Em seguida, o pai teria dado continuidade aos estupros, cessados apenas com a descoberta da gravidez, que gerou um menino. 

“Essa é a pior história de todas”, disse a delegada-chefe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Valéria Martirena, ao iniciar a coletiva em que o pai da jovem, de 34 anos, foi apresentado à imprensa, na tarde de ontem. O homem trabalhava havia 12 anos na chácara para a qual trouxe a filha. No local, há três residências — uma do proprietário, uma do acusado e outra do tio suspeito.

Mãe há um mês, a garota viveu com os pais até os quatro anos de idade, no Piauí. Com a separação, seguiu morando com a mãe, no mesmo estado. “Há três anos, o pai a buscou, porque ela sofria maus-tratos da mãe”, relatou Martirena. Um ano após chegar ao DF, teriam começado os abusos. “Na primeira vez, aos 10 anos, ela foi molestada pelo tio, que mora na mesma chácara”, afirmou a delegada. Embora não desconfiasse do marido, a madrasta suspeitava do tio. E questionou a menina. “Ela contou que o tio tinha tentado (o estupro), não afirmou que já tinha molestado. Depois disso, o pai começou”, relatou Martirena. 

Após desconfiar da gravidez da garota, a dona da chácara avisou à madrasta, que repassou a situação ao Conselho Tutelar de Ceilândia, em março de 2011. Conselheiros da unidade informaram o caso à DPCA. A princípio, ao conversar com a madrasta, a garota teria atribuído a gravidez à relação com um desconhecido, segundo a titular da especializada. Ouvida novamente ontem, ao saber da captura do pai, a filha relevou abusos sofridos nos últimos três anos. “A maioria dos abusadores de crianças são conhecidos da família. Como ela morava em área rural, não teria acesso a muitas pessoas, a não ser os próprios parentes”, disse Martirena.

DNA
A suspeita levou à coleta de material genético de dois tios e do pai. Concluídos na última quarta-feira, os exames revelaram a paternidade. “O diagnóstico foi de que o autor era pai e avô da criança.” Ao confirmar a autoria do abuso, a garota explicou aos policiais o motivo de ter escondido a história da polícia. “Ela disse que não contou porque não sabia o que seria da vida dela, já que o pai era a única pessoa que cuidava dela.”

O pai nega o crime, mesmo ciente dos exames de DNA. Ele teria chegado a acompanhar a filha durante o tratamento psicológico prestado pelo Conselho Tutelar. Casado novamente, o suspeito tem uma filha de oito anos com a esposa atual. A garota, diz Martirena, será ouvida pelos policiais. Outra frente de investigação apura as acusações contra o tio, que também nega os abusos. 

Segundo a delegada da DPCA, o pai responderá por estupro de vulnerável, com agravante pelo fato de ser pai da vítima. Se condenado, pode receber pena de oito a 15 anos de prisão pelo crime. O caso foi reencaminhado ao Conselho Tutelar. A garota deve ficar sob a guarda da filha do dono da propriedade, que não mora no terreno. “O conselho e o juiz da Vara da Infância vão cuidar da situação. Torcemos para que algum familiar, daqui ou do Piauí, possa abrigar essa criança e dar condições para que ela viva de forma mais tranquila a partir de agora”, disse a delegada.

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