terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Política habitacional tucana: Superlotado, alojamento oficial ganha ‘minifavela’



Política habitacional tucana: Superlotado, alojamento oficial ganha ‘minifavela’


Ex-moradores do Pinheirinho criam pequenas favelas dentro dos abrigos
Antônio Basílio/Bom Dia
Precariedade de abrigo no Jardim Morumbi leva famílias sem-teto a improvisarem moradias de lona
Bruno Castilho
Bom Dia São José

A falta de estrutura do ginásio do Jardim Morumbi, na zona sul de São José dos Campos, fez com que os sem-teto alojados no local improvisassem novas “moradias” com barracos de lona. A justificativa, segundo eles, é a falta de espaço para abrigar todos que estavam, até semana passada, dormindo em uma igreja.
Muitos sem-teto criaram em uma parte do complexo, onde deveria ser um campo de futebol, barracos com lona, pedaços de madeira e plástico. No local é possível encontrar animais --ontem, havia até um porco no local.
Em cada uma das moradias, que possuem luz elétrica e até televisão em alguns casos, vivem pelo menos cinco pessoas, como é o caso da auxiliar de serviços gerais Maria Natalia Damasceno, de 25 anos.
Ela mora em um dos barracos com o marido e a filha de 5 anos, mais a cunhada com o marido e a filha, totalizando seis pessoas.
“Ontem \[anteontem\] a gente começou a construir isso aqui porque não tem como ficar lá dentro do ginásio. Está lotado”, disse. “A situação está tão precária que está uma confusão geral, para tomar banho principalmente”, completou.
Uma das vizinhas de Maria Natália é a doméstica Cícera Esmeralda de Sousa, 29 anos, diz que está doente, assim como os dois filhos. Segundo ela, a causa seria a comida servida no alojamento.
“Tem um filho meu que está doente, eu também estou. Meu outro filho comeu a comida servida aqui várias vezes e passou muito mal”, disse.


Improviso. Quem não conseguiu pedaços de madeira para construir o barraco, teve que construir uma moradia usando plásticos e lona.
Foi assim que a faxineira Joana D’arc de Moura, 43 anos, fez um lugar para dormir com o marido, os dois filhos e um cachorro, aproveitando parte da cobertura da raia de malha do poliesportivo.
“Não tinha outro lugar para ficar, aí arrumaram uma lona e plásticos para mim, eu pendurei no telhado e coloquei a cama. O problema é que a gente passa muito frio à noite”, disse Joana, que teria perdido o emprego por causa da reintegração de posse.

Vestiário.
 Assim como Joana, o caminhoneiro Luiz Gonçalves dos Santos, 45, também perdeu o emprego com a ação no Pinheirinho. “Fiquei sem trabalhar na semana passada e fui demitido”.

Agora, ele, a mulher e os três filhos de 9, 13 e 16 anos, dividem o vestiário do complexo esportivo com outros sem-teto. O local, que também recebeu adaptações elétricas, tem três janelas, todas com os vidros quebrados. Quando chove, o casal, que dorme na área onde ficam os chuveiros, acaba se molhando.
“Estou doente por causa disso. Essa situação não é humana”, disse a dona de casa Ana Vieira Campos, 35 anos.


OUTRO LADO
‘Ginásios oferecem boas instalações’A prefeitura informou, por meio de nota, que os abrigos montados para acolher os ex-moradores do Pinheirinho oferecem “boas instalações”, e contam com equipes de limpeza e manutenção 24 horas por dia. A administração municipal pondera, no entanto, que o trabalho de apoio social às famílias “tem sido dificultado” pela atuação de lideranças do movimento sem-teto.
OS ABRIGOS
ginásios
Nos quatro abrigos montados pela prefeitura (Caic, Jardim Morumbi, Vale do Sol e Campo dos Alemães), os sem-teto passam a noite em colchões espalhados em ginásios

reclamações

Os sem-teto reclamam da falta de privacidade, da confusão no momento de tomar banho e também d excesso de sujeira nos banheiros


Vale do Sol
Neste abrigo, existe uma sala reservada para as mães amamentarem os filhos pequenos e também um local exclusivo para crianças

No OVALE

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