SÃO PAULO - O ginecologista Hélcio Andrade, de Taubaté, a 134 km da capital, foi condenado a nove anos de prisão. Segundo a Justiça, ele abusou sexualmente de cinco pacientes. A defesa do médico já recorreu da decisão. Enquanto isso, ele aguarda em liberdade, mas não pode trabalhar.
O advogado do médico, Leonardo Máximo, disse à VNews que houve injustiça. - Com certeza a condenação dele foi péssima, porque ele se julga inocente desde o princípio. É inocente. A sentença foi injusta - falou. Mas as pacientes comemoram a decisão. - Foi muito bom saber que a justiça foi feita que agora ele vai poder pagar um pouco, um pouco, não tudo o que ele fez com todas nós - comentou uma delas.
As denúncias contra o médico começaram em março de 2010. Na época, 24 mulheres foram à delegacia reclamar que teriam sofrido abusos durante consultas feitas na Casa da Mãe Taubateana. Inúmeras acusações como as feitas por essa paciente, que não quer se identificar. - Ele fazia com as mãos, e ele entrava com a gente dentro do banheiro, ele falava que tinha que ficar com a gente dentro do banheiro, teve umas outras que ele chegou até a alisar elas, entendeu?.
Na época, a delegada responsável pelo caso pediu a prisão do médico, que ficou detido por nove dias. Assim que deixou a cadeia, ele negou todas as acusações. - Eu sempre fui íntegro, sempre. Eu sempre fui íntegro! Isso eu posso falar com certeza, que eu sempre fui íntegro. E eu digo que eu sou inocente, e minha vida prova isso, e se Deus quiser vamos provar isso também - defendia-se o médico.
Nove das acusações foram parar na justiça. Em cinco delas, o médico foi considerado culpado. A defesa de Hélcio Andrade entrou com um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo. Enquanto aguarda uma nova decisão, o médico condenado continua em liberdade. Ele não pode trabalhar, mas só deve ser preso se perder também o processo em segunda instância.
- A gente espera a absolvição do doutor Hélcio e caso não ocorra a absolvição a gente espera a nulidade do processo - afirma o advogado do acusado. Mas as vítimas do médico têm outra expectativa: - Que ele seja condenado sim, de segunda instância também, porque o que ele fez são momentos de terror que eu passei, que as outras 24 que denunciaram passaram também - fala a vítima.
As acusações contra Hélcio Andrade também estão sendo investigadas pelo Conselho Regional de Medicina. Mas o CRM ainda não chegou a uma decisão.
Roger Abdelmassih
Em São Paulo, o também médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por estuprar pacientes em sua clínica de reprodução assistida em São Paulo, é considerado foragido desde o ano passado.
Abdelmassih, especialista em reprodução humana, foi condenado por estupro e tentativa de estupro em novembro de 2010. Entre agosto e dezembro de 2009, Roger Abdelmassih ficou na prisão. Foi solto dois dias antes do Natal pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e vinha respondendo às acusações em liberdade.
A prisão foi pedida após o médico Abdelmassih ter solicitado a renovação de seu passaporte, à Polícia Federal, antes do Natal. Para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público, a renovação do passaporte é uma indicação de que o médico poderia fugir para fora do país. A Justiça considerou que o risco existe e aceitou o pedido do MP. Mas o médico fugiu.
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