É pela paz que eu não quero seguir admitindo…Que o luto se faça luta
Hoje foi um dia triste.
Choveu em Salvador. A polícia parou e o clima de insegurança começa a se instalar. O Pelourinho esteve mais silencioso do que de costume. Boa parte da equipe do Projeto Força Feminina estava em atividades externas.
Hoje foi um dia triste e senti um vazio.
Vazio porque hoje mais uma mulher morreu nessa cidade. Mais uma dentre várias. Hoje, mais uma mulher foi enterrada nessa cidade. Dentre várias. Hoje foi enterrada mais uma mulher que morreu por conta da violência contra as mulheres. Mais uma mulher foi espancada, violada… Mais uma mulher vítima de estupro – e isso não foi destaque na mídia nacional.
Ela era pobre, negra, não estudou, era usuária de crack, era prostituta. E o vazio no Pelourinho se fez eco… silêncio… ninguém gritou por essa morte. Nem mesmo sua filha, no enterro da mãe conseguia gritar… quem escutaria?
…
Escutei. Sei que outras pessoas que ali estavam escutaram. O que fazer com o que se escutou?
sentir… dor… profunda
sentir…dor…revolta
sentir…dor..bandeira de luta.
sentir…dor…revolta
sentir…dor..bandeira de luta.
Não à violência contra a mulher!
Não à desigualdade social!
Não à exclusão e opressão!
Não à desigualdade social!
Não à exclusão e opressão!
O Projeto Força Feminina e as mulheres do Pelourinho seguirão suas vidas, mas estão em luto. E quero profundamente que o luto se faça luta!
Salvador, 01/02/21012 – 23:40hs.
Lorena
Psicóloga e Educadora Social
Psicóloga e Educadora Social
http://redeanaamazonia.blogspot.com/2012/02/e-pela-paz-que-eu-nao-quero-seguir.html
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