terça-feira, 27 de novembro de 2012

8 imagens com os principais (e revoltantes) números da violência contra a mulher

8 imagens com os principais (e revoltantes) números da violência contra a mulher 

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Manu Barem


Os números são os melhores argumentos na luta contra a violência contra a mulher. Como as agressões contra as mulheres geralmente acontecem em uma espécie de penumbra social, ainda que sob o nariz de todos nós, os números nos alertam para a urgência da questão. Ontem, no Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), divulgou os dados atualizados e comentou os próximos passos da política de enfrentamento do problema no Brasil. De um lado, o aumento das denúncias pode significar uma perda crescente do medo de falar sobre as agressões — tudo isso resultado de campanhas eficazes. Do outro, a rede de atendimento ainda não tem braços suficientes para acolher todas estas mulheres que pedem socorro.
O principal tipo de violência contra mulher é a doméstica, também uma das maiores causas de mortes entre as mulheres. Por conta de seus números impressionantes, como 80% das denúncias de agressão envolvendo parceiros, ela é o principal foco de trabalho do governo e de ONGs especializadas no combate à violência contra a mulher, junto com o maior investimento no atendimento às vítimas.
A seguir, você aprende mais sobre a realidade da violência contra a mulher no Brasil por meio de oito imagens:
O Disque 180 recebeu, só no primeiro semestre deste ano, 47,5 mil atendimentos com relatos de violência, sendo a maior parte (26,9 mil) de violência física. Os dados são da Secretaria de Políticas para Mulheres e o Disque 180 recebe denúncias e oferece orientações às vítimas.
37,8 mil mulheres, entre 20 e 59 anos, precisaram de atendimento no SUS por terem sido vítimas de algum tipo de violência. Deste total, 5.496 mulheres internadas no Sistema Único de Saúde (SUS), no ano passado, em decorrência de agressões, o que gerou um gasto de R$ 5,3 milhões aos cofres públicos. O dado é do Ministério da Saúde.
Traga os números do tópico anterior para este e fique impressionado. São apenas 375 delegacias especializadas no atendimento às mulheres vítimas de violência. Deste total, 1/3 concentra-se no estado de São Paulo: 125 delegacias. Ou seja: outras 250 delegacias para atender cerca de 5 mil municípios brasileiros. Como?
De acordo com dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, há ainda 115 núcleos de atendimento; 207 centros de referência, que oferecem atenção social, psicológica e orientação jurídica às mulheres vítimas; 72 casas-abrigo, 51 juizados especializados em violência domiciliar e 47 varas adaptadas. Pouco demais, triste demais.
Segundo a ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, Eleonora Menicucci informou que o governo está renovando um pacto com os estados, “que prevê a implementação de medidas de proteção à mulher até 2016, como a criação de unidades de saúde para vítimas de violência sexual e ampliação do número de órgãos do Judiciário que atuam com o tema, a exemplo de juizados especiais”.
De 1980 a 2010, foram assassinadas no país quase 91 mil mulheres, das quais  43,5 mil somente na última década. De 1996 a 2010 as taxas ficaram estabilizadas em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. Os dados são do Mapa da Violência 2012, estudo feito pelo sociólogo Julio Jacobo.
Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.
52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema. Os dados estão na ”Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil”, realizada pelo Instituto Avon / Ipsos entre 31 de janeiro a 10 de fevereiro de 2011.
O machismo (46%) e o alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência.

Com informações da  Agência Brasil e Agência Patrícia Galvão.

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