sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Anistia Internacional pede apoio para suspensão da pena: chinesa é condenada à morte por assassinar marido que a espancava

Anistia Internacional pede apoio para suspensão da pena: chinesa é condenada à morte por assassinar marido que a espancava

Pena polêmica: chinesa é condenada à morte por assassinar marido que a espancava

A chinesa foi condenada à morte

Advogados e estudiosos da legislação chinesa pediram que as autoridades poupassem a vida de uma mulher de 41 anos, condenada à morte por assassinar o marido. Li Yan era vítima de agressões constantes por parte dele. A chinesa já havia pedido proteção da Justiça algumas vezes, contra os abusos do marido.

Segundo informações da Anistia Internacional, Li Yan, da província de Sichuan, pode ser executada a qualquer momento. O marido da chinesa, Tan Yong, a agredia fisicamente e emocionalmente desde 2009. Ele batia nela, apagava cigarros no rosto da mulher e certa vez a trancou do lado de fora do apartamento, na varanda, durante o rigoroso inverno chinês, com pouca roupa. Em outra ocasião, ele decepou o dedo de Li Yan.


A chinesa já foi parar no hospital após as agressões e procurou a ajuda da polícia diversas vezes, mas sem sucesso. De acordo com o relatório publicado pela Anistia Internacional, as autoridades não iniciaram qualquer investigação sobre o caso, nem ofereceram proteção.


No final de 2010, Li Yan bateu no marido com uma arma, provocando a morte dele. Ela foi condenada à execução em meados do ano seguinte. A chinesa apelou da decisão. Mesmo diante dos relatos dos abusos sofridos, e testemunhas que confirmaram a versão, ela não conseguiu escapar da pena.


A advogada da ré, Guo Jianmei, conhecida por lutar pelos direitos das mulheres na China, disse que a defesa ainda não foi notificada de maneira formal sobre a pena de morte:


- Mesmo que houvesse apenas uma pequena esperança, nós queremos lutar pela chance de ela viver. Ela matou o marido diante da ameaça de perder a própria vida - disse ela, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
Jianmei acrescentou ainda que a chinesa se desesperou e ainda tentou salvar o marido quando percebeu a gravidade dos ferimentos.


- Nós somos misericordiosos com muitas pessoas que cometeram crimes extremos. Por que não podemos dar clemência a uma mulher que cometeu um crime por medo, após um tormento? Ela usou violência contra violência e não representa perigo para a sociedade defendeu.


A Anistia Internacional adotou a causa. A instituição pede que pessoas de todo o mundo escrevam para as autoridades chinesas, no próprio idioma, pedindo pela suspensão da pena e para que a mulher tenha contato com a família. A organização pretende fazer com que o congresso chinês reconsidere o caso, levando em conta as leis de direitos humanos. Quem quiser, deve enviar os apelos até o dia 13 de março.



Jornal Extra

.

0 comentários: