Davison Coutinho - Jornal do Brasil
Shopping Leblon, situado em um lugar privilegiado da cidade, em um dos lugares com metro quadrado mais caro do mundo, e frequentado pela elite carioca, com dezenas de lojas de grifes. Nada seria mais perturbador que a presença dos jovens de periferia que estão se organizando nas redes sociais para dar o famoso “rolezinho” no próximo domingo, o evento já conta com mais de cinco mil participantes.
Então, qual é o lugar do pobre?
A onda do rolezinho chegou à Zona Sul e começa a assustar, principalmente pelo shopping escolhido está localizado nas proximidades da Rocinha, Vidigal e vizinho da Cruzada, comunidades com grande população. Afinal, ninguém quer ver pobre se divertindo. Muitas pessoas, e não são poucas consideram mesmo é que lugar de pobre é atrás do balcão fritando hambúrguer, limpando as mesas e fazendo serviços braçais.
Os rolezinhos devem continuar, é uma chance que os menos favorecidos têm para se expressarem e mostrarem quem tem direitos de comparecerem a um shopping que é aberto ao publico. A diferença de o pobre ir com 5 mil pessoas e não existe, já que quando ele vai sozinho ao shopping com uma roupa qualquer é descriminalizado da mesma forma.” Jefferson Barbosa, 17 anos, líder estudantil da Juventude e Movimento.
Se devem ou não serem proibidos a justiça irá decidir, a lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, estabelece que é crime "recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador". Se vão continuar eu não sei, mas já considero uma grande transformação e evolução a inquietação dos jovens em se indignarem e protestarem contra o preconceito instaurado em um pais de cultura diversificada e formado por raças e etnias diversas.
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