domingo, 16 de fevereiro de 2014

Médico, dono da empresa que presta serviços para Hospital Público, é afastado por ironizar pacientes

Médico, dono da empresa que presta serviços para Hospital Público, é afastado por ironizar pacientes no Facebook 

Quê beleza! Quê ética! 

Médico de hospital público é afastado por ironizar pacientes no Facebook 

Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas


Reprodução de página do Facebook do médico Carlos Eduardo Passos ironizando pacientes
Reprodução de página do Facebook do médico Carlos Eduardo Passos ironizando pacientes

O médico Carlos Eduardo Passos, dono da empresa que presta serviços de radiologia ao Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas (a 99 km de SP), foi afastado de suas funções nesta sexta-feira (14) depois que uma denúncia mostrou o profissional usando seu perfil do Facebook para ironizar e ofender os pacientes que passavam por exames com ele. Os posts escritos pelo médico tiravam sarro do comportamento dos pacientes.

Em um deles, Passos fala de um paciente que fazia um ultrassom abdominal e que não entendeu a pergunta feita por ele: "Seu Helio, já operou da vesícula?" E o homem responde: "Já operei o rim e a próstata". Sem achar a vesícula pelo ultrasson, o médico pergunta novamente: "Mas e a vesícula?". E o homem: "Ah, a vesícula já arranquei fora".

Após reproduzir o diálogo com o homem na rede social, Passos chama o paciente de "analfabeto funcional". E em seguida, faz um comentário sobre o paciente. "Uma baita barriga".

Em outro texto, ele descreve a situação de um homem que não estava conseguindo respirar da maneira correta para o exame. E novamente, o paciente é chamado recebe o mesmo adjetivo do anterior: "Analfabeto funcional, a gente os encontra por aí", escreveu Passos.

O médico foi procurado pelo UOL, mas não foi encontrado. À uma emissora de TV de Campinas, ele admitiu que escreveu todos os posts, reconheceu que a conduta é imprópria, mas se defendeu dizendo que nunca usou os nomes verdadeiros dos pacientes para não ferir o Código de Ética Médica. O perfil dele na rede social foi deletado na manhã desta sexta-feira (14).

A assessoria do Hospital Municipal Ouro Verde informou que  vai abrir um processo administrativo para apurar a conduta do médico. A Prefeitura de Campinas comunicou que o setor de radiologia da unidade médica é de responsabilidade de uma terceirizada e que a empresa será substituída.
A substituição, no entanto, não será imediata para não prejudicar os exames que já estão agendados.

O Conselho Regional de Medicina em Campinas informou que abrirá uma sindicância para apurar a conduta do médico. "Se for concluído por indícios de infração ética, é aberto um processo que culmina em julgamento", disse a conselheira Silvia Helena Rondina Mateus.  


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