terça-feira, 12 de agosto de 2014

Piadas?: Reações de alunos fazem professores pararem com piadas homofóbicas

Piadas? Não!: Reações de alunos fazem professores pararem com piadas homofóbicas

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 Causas Perdidas

Aquelas piadinhas típicas de cursinho pré-vestibular estão com os dias contados. As direções de instituições preparatórias frequentadas pela classe média paulistana tem orientado seus professores a suspender comentários jocosos para evitar processos judiciais.
Vários alunos, em especial alunas, têm reclamado do que consideram homofobia e racismo aos seus pais e acabam cobrando explicações de piadas como “o movimento feminista mais importante na historia é o movimento dos quadris”.
“Virei chato. Não faço mais brincadeiras. Minhas aulas estão terminando mais cedo. Passo exercícios a mais”, diz um professor do Integratus, que não quis se identificar. Um professor do Anglo diz que é brincadeira entre meninos chamar professores de “bicha” e “veado”. No inicio de 2014, ele passou de sala em sala para informar que permitia que seus alunos usassem a palavra gay em sentido pejorativo. Para ele, o tema é tabu. “Entre 80 pessoas entenderem que é brincadeira e 20 acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada”.
Julia Castro, 19, aluna do Anglo diz que ela e três amigos saíram de sala após o professor dizer que “para comer uma empregada, o cara tem que levá-la ao Habib’s”. Ele fala que pobre adora Habib’s. “Essas brincadeiras reforçam o preconceito. Nossa luta já é difícil”, fala Julia.
No aniversario de uma estudante no ano passado, meninos sortearam quem a beijaria. A aniversariante não consentiu, mas foi obrigada a ceder pelo professor. Para Clara, que fez Integratus em 2013 e hoje cursa arquitetura na USP, “o humor que oprime alguém não merece a risada de quem assiste a aula. Não digo que não se deve fazer piadas. Mas que estas sejam inteligentes o suficiente para tirar sarro do opressor, não do oprimido”.
Jorge Ovando, gerente de marketing do Integratus, afirma que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão. Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo, conta que a recomendação é tratar os alunos “com respeito”. Ele afirma ainda que “as piadas têm que ser adaptadas a seu tempo”

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