quarta-feira, 3 de setembro de 2014

"Ninguém se torna homossexual porque foi publicada uma nova legislação no Diário Oficial" Pastor Martorelli Dantas

"Ninguém se torna homossexual porque foi publicada uma nova legislação no Diário Oficial" Pastor Martorelli Dantas

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A Candidata e a União Homoafetiva
É sempre a mesma coisa... quando vai chegando o dia da eleição os temas mais importantes voltam a ser os de natureza moral, não os de natureza econômica, administrativa, estratégica ou propriamente política. Isto não acontece por acaso. É assim para que estas questões fiquem ocultadas e não ganhem explicitude, enquanto compromisso de campanha. Por exemplo, qual a relevância se um candidato(a) a presidência da república é o não a favor da união homoafetiva?
Este é um assunto já assentado em ampla jurisprudência do STF e do STJ. O Congresso Nacional nunca votou um projeto de lei tratando sobre o assunto, não porque Lula ou Dilma fossem a favor ou contra, mas porque tanto os deputados quanto os senadores avaliam o peso político negativo de tal medida. A mesma coisa aconteceu no que diz respeito à interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. O que a dura cerviz de nossos políticos não teve coragem de tratar, os ministros do Supremo resolveram.
Os gays podem sim firmar um compromisso tanto na forma de união estável como de casamento civil. Quem lhes garantiu isso não foi a legislação, mas a interpretação jurisprudencial feita pelas mais altas cortes deste país. Isto só reafirma como o compromisso da maioria de nossos políticos (e líderes religiosos) não é nem com a justiça nem com o bem estar das pessoas, mas com as estruturas hipócritas e burocratizadas que sustentam boa parte das instituições religiosas.
O que querem estes religiosos, que os homossexuais sejam tratados como cidadãos de segunda classe? Que lhes sejam negados os direitos mais básicos, como o à felicidade, à liberdade e o respeito às suas escolhas pessoais? Se entendem que a homossexualidade é pecado, tudo bem. O que eles proíbem ou permitem é irrelevante até mesmo para os seus próprios fiéis, quanto mais para a sociedade com um todo (tome-se por exemplo a proibição dos católicos do uso de preservativos).
Penso que um cristão, candidato à presidência da república ou a qualquer outro cargo eletivo, deveria ser a favor da legalização do casamento homoafetivo, ainda que contrário à celebração do mesmo em sua paróquia. Ninguém se torna homossexual porque foi publicada uma nova legislação no Diário Oficial, nem passa a desejar pessoas do mesmo sexo lendo um Vade Mecum. Elevar o nível moral do povo brasileiro, passa por reduzir os espaços devotados à hipocrisia e à desfaçatez.
Com carinho,

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