quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Você sabe o que é violência psicológica?

Você sabe o que é violência psicológica?

Ser chamada de velha ou louca. Ser chamado de burro ou feio. Quem nunca ouviu algo assim ou soube de histórias de gente que sofre com a violência psicológica?
Esse tipo de violência muitas vezes passa despercebida, se arrasta por anos e é velada. Ela acontece em qualquer lugar, da casa ao ambiente de trabalho. E pode acontecer com qualquer um - ainda que os alvos mais frequentes sejam mulheres, crianças, pessoas com deficiência, pessoas idosas, pessoas LGBT.
A violência psicológica é crime contra a honra e a dignidade! É uma ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.


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1 comentários:

Anônimo disse...

Pela publicação dessa foto no Facebook, pesquisei sobre o tema e chego a conclusão de que sofro violência psicológica. Quis manter o anonimato para este comentário por motivos um tanto óbvios, mas gostaria de expor as minhas frustrações, pois, assim, talvez consiga desabafar um pouco daquilo que tenho sofrido.
Há algum tempo tenho notado o comportamento exaltado do meu companheiro, além do comportamento verbal. Nas brigas, nas discussões que tivemos (e ainda temos), ele sempre me acusa de ser idiota, doente, entre tantas outras acusações. Ele defende que eu é quem sou a culpada por tais brigas, pois, para ele, eu sou uma retardada que se importa demais com muitas coisas insignificantes e que, ainda, eu é que dou importância para fatos ínfimos. Além disso, me xinga de palavras que não tenho coragem de mencionar por serem tão ridículas. Ele diz que eu não sou nada, que eu não faço nada, que eu apenas durmo e “coço o saco”. Ele não reconhece que eu tenho diversas atividades e que consigo cumprir com todas elas, seja em casa, no trabalho ou na faculdade. Eu sempre serei inferior a ele – o que ele faz é mais importante, é mais relevante, é mais difícil (palavras dele).
Em algumas das vezes, eu cheguei a pensar que ele estivesse certo: que, de fato, eu é que “iniciava” as nossas brigas, já que ele me fez pensar que eu era a culpada por todos nossos desentendimentos. Eu o respeito e sempre que brigamos tento conversar, mas nunca há a conversa. Ele grita, fala mais alto do que eu, não deixa eu falar, me acusa, me xinga e não me dá a palavra, não permite que eu me posicione nem que eu dê a minha opinião. Por tantas e tantas vezes escutar sempre os mesmos xingamentos, chegou ao ponto de eu não conseguir falar, apenas cair em lágrimas. E, por isso, ele me chama de recalcada, idiota, infeliz, que só sabe chorar. Para ele, sou uma idiota da qual ele sente pena (tudo que estou escrevendo aqui ele já me disse várias vezes). Me senti muito triste e por não aguentar mais tanta tristeza procurei um psicólogo. A reação do meu companheiro foi chamar-me de doente, já que eu preciso de um psicólogo – ele já me disse: eu sou normal, eu não preciso de psicólogo. Tu que és louca, precisa de gente pra conversar, pois não tem ninguém, não tem amigos... De fato, me afastei dos meus amigos, tenho vergonha de mencionar o que acontece e finjo sempre estar tudo bem. Na frente dos nossos familiares, ou quando estamos com outras pessoas, meu companheiro é presente, carinhoso, gentil, mas basta estarmos sozinhos para ele mostrar o seu outro lado, o seu lado da fúria, do ódio, dos xingamentos. Infelizmente eu não dei continuidade ao tratamento psicológico em virtude das despesas financeiras e continuamos em um período devastador em que os xingamentos e as ofensas estão cada vez mais presentes, a falta de respeito e de diálogo tomou conta da minha vida. Eu não sei mais o que fazer. Eu preciso de ajuda, sei que preciso de ajuda, mas não sei o que posso fazer.

Sei que esse artigo me ajudou a perceber que talvez eu não seja a culpada por tudo, como eu estava começando a acreditar. Talvez o meu caso seja de violência psicológica. Não quero ligar para o 180; eu gostaria de poder conversar com alguém pessoalmente, mas não sei onde posso encontrar ajuda de um profissional.