Fernando Haddad ganhou, e não foi pouco, com a renúncia de Luiza Erundina a vice em sua candidatura a prefeito paulistano. Não tardaria a que o problema para Haddad, e não pequeno, fosse superar os previsíveis embaraços provocados pela maneira irascível, grosseira e individualista que Erundina se permite a pretexto de política.
Luiza Erundina é inconvivível politicamente. Já em seus últimos tempos no PT, a recusa rígida que manteve, diante de dirigentes do partido, ao exame das divergências, deixou mais do que frustração. Há ressentimentos pessoais inapagados até hoje. E motivadores de muitas das reações negativas, nos quadros mais altos do PT, à entrega da vice a Erundina.
Ao menos desde o governo Itamar Franco, que a homenageou com um cargo no governo por escolha sua, de presidente, ficou claro o que significa a proximidade política com Erundina. Do início ao fim de seu breve trânsito pelo governo, Erundina mais pareceu da oposição dura. Até o rompante final em que exibiu arrogância e presunção incapazes de poupar mesmo a quem a homenageara.
Fernando Haddad não teria a esperar senão problemas de convivência com a vice, da vice com a campanha e, bem provável, com segmentos do eleitorado. Mas no PT e no PSB isso não era --não poderia ser-- ignorado por nenhum dos que produziram a "ideia" de dar a vice a Luiza Erundina.
A ansiedade de Lula de impor o seu plano para Recife, cassando ao prefeito João Costa o direito à possível reeleição, pode explicar parte da escolha. Mas nada explica que ao ato autoritário, com que atendeu o governador Eduardo Campos, Lula sobrepusesse falta de lucidez a ponto de aceitar Erundina, tão bem conhecida por ele, para representar o PSB junto a Haddad.
O desgaste maior recai sobre Lula, ainda mais por ser o caso Erundina caudatário do acordo com Paulo Maluf. Mas Fernando Haddad também recebe a sua quota. Por mais sorte sua, o episódio se dá quando nem campanha há ainda. É daqueles que tendem a evaporar sozinhos, se os planos estaduais de Lula permitirem.
Ao esquentar da campanha, também o acordo com Paulo Maluf não será o prato saboroso que o PSDB de José Serra espera.
Há muito noticiário impresso e gravado, muitas declarações e evidências de que o acerto com Maluf era buscado também pelos peessedebistas. E negociado pelo próprio governador Geraldo Alckmin, cuja administração conta com um afilhado de Maluf. Matéria-prima abundante para respostas (senão ataques) contundentes.
Fernando Haddad é o único que nada perdeu com a renúncia de Luiza Erundina. E ganhou, no mínimo, a oportunidade de uma companhia na chapa mais ao seu estilo.
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4 comentários:
Rosangela.
Erundina é da escola de Heloisa Helena, Baba,Luciana Genro,Plinio Arruda, um bando de loucos e xiitas.
A pessoa que me disse isso,entende de politica.
Que Erundina não seria uma solução e sim um problema. Tai. Não deu outra.
Rosangela, não fica com raiva de mim, Mas o que me deu mais raiva na Erundina, foi ela ter dado uma entrevista a Veja Online, criticando o Lula.Dizendo que o Lula tinha passado de todos os limites.
Eu que defendo as mulheres, quero as mulheres em igualdade com os homens. Erundina foi prefeita em SP numa época que eu ainda não votava.
Lembro que meus pais malufistas ficaram loucos.Pra mim tanto fazia, não tava nem ai.
O PT esteve na vanguarda em SP. as duas prefeitas são do PT.
Foi o primeiro a eleger senadoras em SP/Martha/Ideli/SC/Gleisi PR/Heloisa Helena AL/Marina Acre.
A própia Erundina poderia ter sido a primeira senadora por SP, se não fosse tão xiita.
PS. sobre o meu comentário acima.
Na época as duas eram do PT. Erundina não é mais, Martha anda é.
Sobre o artigo de Jânio de Freitas.
PERFEITO!
Rosangela.
Veja o absurdo que eu li, sobre esse caso ErundinaXLulaXMaluf.
Qdo ela disse que não queria mais ser vice.
Eduardo Campos foi falar com a Erundina, ai ela viu a mancada que tinha dado. Ela disse p/ ele dar uma declaração que eles tinham pedido p/ ela voltar atrás.
Ele não concordou e, deu o assunto por encerrado.
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