quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ação Civil pública: Procurador diz que o que foi visto em 15 de janeiro, no BBB, viola os “direitos da mulher”.


Ação Civil pública: Procurador diz que o que foi visto em 15 de janeiro, no BBB, viola os “direitos da mulher”.


Quanto de realidade pode, afinal, ter um reality show? Não o bastante a ponto de uma emissora exibir “cenas que possam estar relacionadas, mesmo que em tese, à prática de crimes”.
Ao entender assim, o Ministério Público Federal em São Paulo mira um alvo específico: a polêmica sexual na 12ª edição do “Big Brother Brasil”. Em janeiro, o modelo Daniel Echaniz foi acusado de molestar a colega de confinamento Monique Amin.
Após uma festa, os dois dividiram a cama. Viu-se um movimento intenso sob o edredom, mas ela parecia desacordada. Echaniz acabou expulso do programa por “grave comportamento inadequado”. Mas o inquérito policial aberto não deu em nada. Fora da casa, a participante negou a culpa do ex-BBB e disse ter plena noção do que fazia naquela cama.
Filtro moral
Em ação civil pública protocolada ontem, o procurador Jefferson Aparecido Dias afirma que Globo e União são responsáveis por submeter, em futuros “BBBs”, cenas a um “filtro ético-moral”.
Dias diz que a ação procede ainda que a agressão sexual não tenha de fato ocorrido. Suponha que dois confinados simulem um estupro no próximo “BBB”. Importaria, de acordo com sua tese, mais o que o público acha que viu. E o visto em 15 de janeiro viola os “direitos da mulher”.
Para Dias, cabia à Globo intervir no pay-per-view. A cena do edredom se estendeu por quase dez minutos, com ampla repercussão nas redes sociais. Ele também critica a edição exibida na TV aberta. Na ocasião, a Globo resumiu o envolvimento do casal como “romance”, sem abordar a polêmica. “O amor é lindo”, comentou então Pedro Bial.
O texto cita ainda controvérsias anteriores, como a declaração de Marcelo Dourado (vencedor do “BBB 10”) de que “hétero não pega Aids”.
A União aparece na ação pois, segundo o procurador, o Ministério das Comunicações deve fiscalizar o reality. A pasta não se manifestou por não ter sido notificada.
Já a Globo deve vetar conteúdos similares nas TVs aberta e paga e em outros meios, como sites. Também se pede campanha antiviolência contra a mulher. A empresa diz que não recebeu nada oficialmente e ressalta que, na TV aberta, não exibiu o suposto estupro.

Jornal Diário de Marília

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