domingo, 8 de julho de 2012

Pós-lulismo

Pós-lulismo


Andante Mosso



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Foto: Dida Sampaio/AE
Há um caminho seguro para entender o movimento político-eleitoral do governador Eduardo Campos, de Pernambuco.
O compromisso dele é com Lula e Dilma. Não com o PT.
Novo horizonte I
Demorou mais que o previsto a aliança PSDB e PT construída em torno da eleição de Marcio Lacerda (PSB), em 2008, para a prefeitura de Belo Horizonte.
Nascida da boa relação entre o então prefeito petista Fernando Pimentel e o então governador tucano Aécio Neves, o rompimento tornou altamente competitiva a disputa na capital, que já parecia resolvida com a reeleição de Lacerda.
Com o rompimento, o ex-prefeito petista Patrus Ananias entrou no jogo e pode dar unidade ao partido perdida com o acordo e vencer o pleito.
Lacerda é um prefeito com boa avaliação, mas Patrus é figura querida em BH.
Novo horizonte II
A eleição municipal, um beco sem saída para o PSDB e o PT, deu o pretexto para o fim de uma aliança que incomodava as partes.
Aécio conta com a reeleição de Lacerda agora para empurrá-lo para a disputa estadual, em 2014. Mas isso significaria entregar a prefeitura para um substituto petista. O vice na chapa.
O controle da Câmara de Vereadores fez Aécio bloquear a extensão da aliança, prevista no acordo, para as eleições proporcionais e deixou claro que ele manda no destino político de Lacerda, eleito pela legenda socialista.
Salvo se, antes, tiver feito consulta ao governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB.
Filhos das mães

Contra a rejeição. Se a chapa fosse Ibarra-Assed, funcionaria melhor
Rodrigo, filho do ex-prefeito do Rio Cesar Maia, e Clarissa, filha do ex-governador fluminense Anthony Garotinho, formam uma das chapas na disputa pela prefeitura carioca.
Ele é candidato a prefeito e ela, a vice.
Com os sobrenomes maternos, Rodrigo Ibarra (chileno) e Clarissa Assed (líbio), talvez pudessem amenizar nas urnas a rejeição dos eleitores aos pais.
Prefeito incolor
É fácil entender a confusão em torno da identificação partidária do prefeito Raul Filho, de Palmas (TO), apanhado na rede de corrupção de Carlos Cachoeira.
Raul disputou a prefeitura em 2006, pelo PSDB. Em 2000, no PPS, foi novamente derrotado. Finalmente em 2004, época do vídeo, já filiado ao PT ganhou a eleição. Reeleito em 2008, foi expulso do partido em 2011.
Agora ele vai se explicar na CPI sem rede de apoio.
Quarentena
A magistratura fez as contas.
Somente em 2020 um juiz de carreira voltará a presidir o Supremo Tribunal Federal. Após o advogado Ayres Britto, os próximos presidentes são oriundos da advocacia ou do Ministério Público.
Todos nomeados pelo ex-presidente Lula.
São eles: Joaquim Barbosa (MP), Ricardo Lewandowski (advocacia), Cármen Lúcia (advocacia e MP) e Dias Toffoli (advocacia).
Só então a magistratura retomará, com Luiz Fux, o comando do STF.
Corda esticada
O presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, considera que o governo esticou a corda no embate do reajuste salarial dos servidores federais.
E adverte: “O Planalto sentirá os efeitos nos próximos dias”.
Assim como os auditores fiscais, que estão em operação – padrão, a Polícia Federal e Advocacia-Geral da União se prepararam para agir “no limite da legalidade”.
Os federais não farão diligências em outros estados nem protegerão autoridades. Os advogados, por sua vez, só vão defender a União quando o prazo do processo estiver para estourar.
Esse é o plano da reação e, segundo Delarue, sem recuo.
Cruz e espada
Às vésperas do quarti centenário, a Irmandade de Santa Cruz dos Militares passa por maus momentos financeiros.
A igreja da Irmandade, de estilo barroco mineiro, é uma das mais belas do Rio de Janeiro e tem nas paredes laterais do altar-mor entalhes do mestre Valentim.
A Irmandade é o berço do sistema previdenciário dos militares, hoje administrado pela União. A instituição é proprietária de quase 500 imóveis. Alugados, eles garantiriam recursos para a manutenção. No entanto, já houve casos de corte de fornecimento de água apesar de o locatário ter pago a conta. Sinal de má administração?
O número de filados é mantido em sigilo e já se cogita procurar o Judiciário para forçar o provedor, coronel da reserva Carlos Alberto Barcellos, a soltar a lista de contribuintes.
Caxias, provedor da Irmandade, em 1871, proclamava: “Irmãos pela cruz e irmãos pela espada, a nossa missão é sagrada: santificar o culto do Divino Senhor e aliviar da miséria as viúvas e filhos dos que seguem a nobre profissão das armas”.
Se soubesse o que se passa agora, daria voltas na tumba.

2 comentários:

José da Mota disse...

Parte 1: Repito comentário feito ao artigo intrigante e provocante da Carta Capital sob o título; Pós-Lulismo só há uma maneira de comentar e é o que vou tentar, distrinchando-o, mais a frente. Acompanhando o politicamente abrangente e eclético partidariamnente, algo inusitado, de Lula a Garotinho, Aécio Neves etc... raciocínio do Andante Mosso, ou será, do Maurício Dias, ou, Maurício Dias Andante Mosso? Maurício Dias ô Mosso asssim nos deixa num vai e vem com este artigo, que nos faz pensar quase com um nó no raciocínio. Primeiro na dinâmica da política brasileira. De uma maneira mais abrangente e sencacionalmente inteligente com um título fenomenalmente realista "Pós-Lulismo" de Andante Mosso? e ou, Maurício Dias? Mais um enígma. Além de mostrar o quão eclética são nossas alianças e candidaturas. Valia completá-la citanto as alianças entre Lula e Maluf e Tarso Genro apoiando Manuela Dávila. Só para dar um toque especial na miscelânia eleitoral brasileira. De qualidade nunca vista dantes, as alianças, mas quanto aos políticos a maioria, porque alguns nem todos concordam.
Parte 2: De qualquer forma vamos lá, destrinchar o artigo, enumerando-o em primeiro, segundo, terceiro..., o era Pós-Lulismo. Que poderia ser até; Brilhante era pós-Lula, do Andante Mosso aí, o Maurício Dias. Primeiro: Eduardo Campos apesar do padrinho político Miguél Arráes é fenômeno eleitoral até o momento. Lá para suas bandas, talvez com a candidatura a vice-presidência se torne pelas de cá também. Quanto à compromisso vai depender naturalmente das alianças em seu estado. Não creio que a não aliança com o PT e só com Dilma, seja por definição pessoal. Mas com isso Dilma Roussef tartarugantemente pôe um pé aqui e outro acolá com a paciência de Jó. Sob os pítacos "assesoria" de Lula, Tarso Genro, Celso Amorim e José Dirceu entre outros. Quando certo, o passo de tartaruga, acertado está e fica, quando errado, arrumada a casa e sai, mas em vôo rápido de falcão-peregrino, o animal ais veloz do mundo capaz de atingir 320 km/h em um vôo (interessante). E assim, ela, a Águia, digo, Dilma Roussef, vem nos conquistando confiança. Por merecimento. Pós-Lulismo.
Parte 3:Segundo: Aécio Neves formar alianças com oposições ao PSDB nacional é comum, de sua natureza esquerdista, de berço. Se junto ao PT, PSB, PC do B, PSOL ou outros partidos de esquerda não é novidade, e Marcio Lacerda (PSB) pode ser considerado uma surpresa como político, também fenômeno como tal. Mas voltando ao Aécio Neves, isso acompanha o raciocínio e forma de fazer política naturalmente com quem se entende, ou se entendem. Em também natureza esquerdista, que o são, na formação de Alianças, o Lula e o Aécio Neves. Demorando historicamente para ambos e o Brasil caminharem de mãos juntas. Este é um pós-Lulismo mais para ensinar o próprio PT de MG aproveitando Aécio Neves como exemplo, de como se faz política.

José da Mota disse...

Parte 4(2): Terceiro: Garotinho e Cesar Maia de inimizade histórica tempos atrás, unem os filhos para disputarem a prefeitura do RJ. Rodrigo Maia e Clarissa Garotinho. Pós-Lulismo mais explícito de todos. Quarto: Prefeito Incolor, pulo. Quinto: Golpe de mestre, um gênio estudando passo a passo dos três poderes e principalmente do STJ em suas naturais mudanças de ministros por tempo de serviço para a aposentadoria. Nomeados pelo presidente metódicamente para que por anos os seus nomeados presidam a casa. Pós-Lulismo. Sexto: Impasses com sindicatos de quaisquer categorias, até federais, antes mesmo da primeira rodada de negociação Lula já mata a xarada. Ganhou todas até hoje e nem sempre à favor da classe trabalhadora. E continua idolatrado pela maioria dos sindicatos e sindicalistas. Pós-Lula. Sétimo: Cruz e espada, mais uma caixa de benefício privada como Funprev. Um tanto mais blindada, fechada, estilo dos seus beneficiários é militarmente tocada, a toque de caixa (forma de tambor). Não há o que se mexer a não ser os orgãos fiscalizadores federais competentes. Se estiver legal, fica, senão, responderão como qualquer outro na justiça. E Lula não precisa entrar diretamente nesta briga porque não é sua função, como também se desgastar políticamente, atôa. Pós-Lulismo.
Parte 5: Concluindo: Pós-Lulismo, ou, Lula, é: Uma criação. Primeiramente de Deus, seus pais, dele próprio, de um projeto político ambicioso de esquerda, o PT, liderado por homens como Apolonio de Carvalho, Mário Pedrosa, Antônio Cândido, Sérgio Holanda de Buarque, Plínio Arruda, Zé DIrceu, Jair Meneguelli, Rui Falcão, José Genoíno, Tarso Genro, RIcardo Berzoini, Marco Aurélio Garcia, José Eduardo Dutra entre outros famosos membros, e ex-membros, porque muitos migraram para outros partidos de esquerda como o PSOL. José da Mota. P.S. Fica esperto Ciro Gomes porque da próxima se houver, terá muito o que levar para Harvard.