sábado, 25 de maio de 2013

Um preconceito puxa outro, uma conversa de bar

Um preconceito puxa outro, uma conversa de bar

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@MarchaVadias

Ontem eu estava em um bar com um grupo de amigos. Éramos 3 mulheres e 3 homens. Dois papos me levaram a reforçar o entendimento, que quem tem um preconceito explícito por um grupo de pessoas, dificilmente não terá por outros. 

Primeiro foi sobre a redução da maioridade penal e que uma das mulheres se posicionou favorável, discussão, discussão vem, paramos com o assunto porque ... Sabe aquele entendimento? Pra que vamos continuar falando se a pessoa não está aberta para a reflexão e sim para colocar os seus preconceitos cada vez mais?

Não demorou e começamos a discutir sobre as mulheres. Comentários como "as garotas de hoje estão acabando com as conquistas das mulheres", "as mulheres que vão aos bailes funks são 'vadias'", " não sou eu quem fala, ouço isso corriqueiramente do meu filho e dos seus amigos"..., foram me irritando e é claro que me exaltei. 

Primeiro porque os comentários machistas, sexistas, horrorosos não saiam da boca de nenhum dos homens, que alias tentavam contemporizar perguntando à moça, a mesma que defendeu a diminuição da maioridade penal, se ela não estaria sendo pessimista, exagerada...

Segundo porque ela dizia "AS MULHERES", o que me fez entrar na conversa e peguntar se ela era tudo aquilo que estava afirmando, se ela não tinha entendimento que estava reproduzindo um discurso machista, sexista que não "combina" nem saindo da boca dos homens mais escrotos e nojentos.

Terceiro porque ela disse que sabia que nós duas iríamos brigar ( sou feminista e portanto, "briguenta", como diz o povo achista) o que respondi que eu não estava brigando, que eu estava defendendo o defensável na tentativa que ela percebesse o quanto o discurso dela era preconceituoso, machista e que ela falava, no final, dela mesma, de mim, da minha filha enfim de todas as mulheres.

E o final da conversa???? Me calei porque vi que ela estava falando para ela mesma, que não mudaria de posição, que foi educada no preconceito e que se o filho tem este entendimento preconceituoso, machista, sexista das mulheres é porque alguém ensinou e não restava dúvidas de quem fora.

Fico me perguntando: o que faremos com pessoas foram educadas no machismo, e que perpetuam e reproduzem preconceitos?

Bora gritar: Não somos nem santa, nem putas, SOMOS MULHERES!

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