Leandro Fortes no Facebook
Três dias.
Greco caiu porque aprovou a veiculação de uma peça de combate ao preconceito com o slogan "Eu sou feliz sendo prostituta", para o Dia das Prostitutas, 2 de junho. Mas em um país supostamente laico e onde a prostituição não é crime, o exército de crentes e carolas que hoje manda nas grandes decisões nacionais se insurgiu contra a campanha, acionou seus lobistas de plantão e, outra vez, colocou o governo de joelhos.
Chegamos a um ponto em que nem um governo de origem (cada vez mais distante) progressista consegue empunhar essa bandeira essencial das liberdades individuais a partir de ações do Estado. No mar de insensatez em que navegamos, uma prostituta não pode se sentir feliz porque, simplesmente, há um consenso moral medieval estabelecido pela religião e por uma cultura machista predominantemente hipócrita.
Em março, o ministro Padilha já havia suspendido a distribuição do "kit gay", alcunha preconceituosa para revistas de histórias em quadrinhos elaboradas pelo Departamento de AIDS, com foco em adolescentes. O material havia sido elaborado em parceria com o Ministério da Educação, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Caiu por pressão da bancada evangélica.
Agora, calaram as putas, condenadas a serem tristes por decreto.
Feliz mesmo é Feliciano, que logo se apressou a cumprimentar o ministro, no Twitter, por mais essa vitória da moral e dos bons costumes.
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1 comentários:
Talvez o Leandro não saiba, mas para a maioria das putas, seu trabalho é um fardo pesado. A enorme maioria diz que optaria por outra profissão, se pudesse se manter com dignidade. Isso, que deveria ser o cerne da questão aqui, passa batido ... (o que demonstra que o tema do artigo dele é mero pretexto pra repisar a tese de que o governo se submete incondicionalmente ao PIG e não é capaz de rever alguma postura por entender que ela seja equivocada).
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