Somos Tod@s Joyce
Foto de Rodrigo Lobo |
É impossível não se emocionar e não sentir vontade de ajudar, de fazer alguma coisa.
A matéria, aliás, comprova que ainda se faz jornalismo no Brasil. Nem tudo é no nível da Folha de São Paulo, nem tudo nos dá vergonha.
Conversando com a Fabiana, tive a idéia de tentar entrar em contato com ONG's da região e buscar uma forma de dar mais visibilidade à causa da comunidade LGBT do agreste de Pernambuco, uma região extremamente pobre e conservadora, seja através de apoio financeiro ou mesmo entrando em contato com ONGs maiores do Sul/Sudeste que possam travar parcerias e levar experiências.
Ingênuo, difícil? não sei, mas acho dificil simplesmente ficar parado. Algumas vezes só se importar faz a diferença.
Quem estiver interessado, entre em contato e vamos pensar em formas de chegar até pessoas como Joicy, que tanto precisam de solidariedade de pessoas como ela: Humanos.
Venho me perguntando muito há alguns dias, especialmentes desde o protesto dos Neonazistas, Fascistas e corja semelhante na Paulista, sobre a homofobia. Fico cada vez mais temeroso de, com tanta revolta que me causa, passar a sentir o mesmo ódio (ainda que inverso) que os fanáticos homofóbicos, pois não consigo compreender e aceitar que se mate outro ser humano por ele ou ela terem nascido gays. Ou por mudarem de sexo, por quererem apenas ser felizes consigo mesmo(a)s.
Como alguém pode sentir ódio de uma pessoa apenas por ela existir, por ser quem é, por querer ser feliz e aceita(o)?
Infelizmente temos muitos exemplos de gente assim. E, claro, temos os que partem para a ação, que transformam o ódio em violência. Mas, ódio? às vezes penso e chego a ter a certeza de que este ódio na verdade é medo. Não só do suposto desconhecido, mas medo de se verem na mesma situação, de se enxergarem no outro e temerem essa identificação.
Não se trata só, aliás, da questão da transexualidade. Mas também da pobreza extrema, do preconceito, da ausência do Estado, de sistema de saúde, de informação, de consideração e até de humanidade.
A Joicy é como eu ou você, um ser humano. Uma mulher, uma lutadora. Vítima do preconceito, vítima de sua condição social, vítima do Estado, do descaso.
A Fabiana passou a conta da Joicy - do Bolsa Família - para quem tiver interesse em ajudá-la. Sem dúvida é pouco, mas é um começo e penso que todos nós podemos fazer alguma coisa. Ela é apenas uma, imaginem quantas e quantos não estão em situação semelhante ou até pior.
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